Espaço no Jardim Botânico de Brasília vai atuar na preservação do bioma e receber seminários, pesquisa e exposições
O local de 1.622 metros quadrados tem salas para pesquisa, exposições, seminários, reuniões e apresentações culturais. A solenidade está dentro da programação da Virada do Cerrado, que ocorre de sexta-feira a domingo (13), com atrações voltadas para a cidadania e a sustentabilidade do Distrito Federal. Veja a programação completa.
Para o diretor-executivo do Jardim Botânico de Brasília, Jeanitto Sebastião Gentilini Filho, o centro é importante porque valoriza o bioma que é o berço das águas do Brasil. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, a área contínua está sobre Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná, São Paulo e Distrito Federal, além de trechos no Amapá, em Roraima e no Amazonas. Nesse espaço territorial encontram-se as nascentes das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul — Amazônica/Tocantins, São Francisco e Prata.
Compensação ambiental
A ideia nasceu com o Plano de Manejo do Jardim Botânico — documento elaborado com ações de conservação do local — há aproximadamente sete anos.
Em 2013, as obras foram iniciadas após um acordo de compensação ambiental — ressarcimento por danos causados ao meio ambiente — com a empresa responsável pela construção do setor habitacional Jardins Mangueiral. O Centro de Excelência do Cerrado custou R$ 2,7 milhões.
O local funcionará por meio de parcerias com o governo, instituições de ensino privadas e públicas, além da contribuição da sociedade. “A proposta do centro é o coletivo”, resume Gentilini Filho.
Sarau e exposições
Nesta sexta-feira, as atividades no Centro de Excelência começarão logo cedo, às 8 horas, com o café dos chefs e produtores participantes da 2ª edição do Festival Gastronômico Cerrado Week. Haverá um sarau com os artistas Nicolas Behr, Maíra Oliveira Rômulo Andrade, Bic Prado, Marcos Freitas e Jorge Amâncio.
Quem for à inauguração poderá percorrer as exposições Refazendo o Caminho de Gardnere Portal do Cerrado, que ficarão expostas por tempo indeterminado. A primeira, organizada pelo Projeto Florescer da Universidade de Brasília (UnB), conta a história do médico e botânico escocês George Gardner (1812-1849), quando esteve no Brasil entre 1836 e 1841 para coletar plantas. Ele percorreu a Caatinga, o Cerrado e a Mata Atlântica.
O botânico catalogou exemplares da flora brasileira e, na mostra, será possível ver alguns deles e artefatos utilizados pelo pesquisador — como moedas, armas, lupas — além de fotos e aquarelas.
A segunda exposição está a cargo da organização não governamental World Wide Fund for Nature no Brasil (WWF-Brasil), em parceria com o Programa Água Brasil, do Banco do Brasil, e a empresa Inframérica. O objetivo é retratar tanto a biodiversidade da fauna e flora do Cerrado quanto a cultura.
Com cerca de 30 fotos, foi exibida pela primeira vez em fevereiro, no Aeroporto Internacional de Brasília Presidente Juscelino Kubitschek, para levar a cultura e a vegetação do Centro-Oeste aos visitantes. Foi exposta também na Câmara dos Deputados e na sede do WWF em Brasília.