A quinta-feira será decisiva para a definição do quadro de alianças das eleições do ano que vem em Brasília. As atenções estarão voltadas para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que julga à noite a criação da Rede Sustentabilidade, sigla ligada à ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (sem partido). Dois campeões de voto na sucessão de 2010 no Distrito Federal esperam o resultado para definir se vão integrar uma nova frente política ou se continuarão compondo com seus grupos atuais.
José Antônio Reguffe (PDT) — proporcionalmente, o deputado federal mais votado do país — e Chico Leite (PT) — o distrital que recebeu maior número de votos no DF — podem migrar para as fileiras de Marina, que obteve mais de 610 mil votos em Brasília na eleição passada, ficando à frente de Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). O DF foi a única unidade da Federação onde ela venceu.
Nem Reguffe nem Chico Leite comentam oficialmente a possibilidade de deixar as atuais legendas. Mas eles mantêm contato estreito com a ex-senadora e participaram ativamente da articulação para a coleta de assinaturas e consolidação do projeto político de Marina. A movimentação pode deixar os dois em situação desconfortável, caso o TSE não aprove a criação da Rede. O Ministério Público Eleitoral questiona o número de assinaturas apresentadas e validadas pelos cartórios eleitorais para a viabilização da nova sigla.
Chico Leite tem reclamado da falta de espaço no PT e considera cada vez mais distante o sonho de concorrer ao Senado Federal no cenário atual, já que o deputado Geraldo Magela é o petista mais cotado para disputar essa vaga. E outros nomes ainda podem surgir, a depender dos acordos na formação das chapas. Ao distrital, só restaria candidatar-se pela quarta vez à Câmara Legislativa. Com o registro da Rede, Chico Leite poderia ser vice na chapa do senador Rodrigo Rollemberg (PSB), pré-candidato ao Palácio do Buriti. No cenário político do DF, o socialista seria o maior beneficiado com a viabilização do novo partido.