Um estudo de Harvard mostrou que o consumo regular de chocolate amargo pode beneficiar o coração ao prevenir tipo comum de arritmia
O chocolate já mostrou beneficiar a saúde de diversas formas. Agora, um estudo publicado terça-feira na revista científica Heart mostra que o consumo de quantidades moderadas do alimento pode ser bom para o coração ao reduzir o risco de fibrilação atrial, tipo comum de arritmia cardíaca.
Estima-se que o problema afete cerca de 33 milhões de pessoas pelo mundo e está associado ao risco de derrames, insuficiência cardíaca e declínio cognitivo. Segundo os pesquisadores, esse efeito benéfico do chocolate está associado aos antioxidantes presentes no cacau e vale apenas para a versão amarga do alimento.
O estudo
Pesquisadores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, selecionaram 55.502 pessoas, com idade entre 50 e 64 anos, que fizeram parte da Danish Diet, Cancer and Health Study, pesquisa sobre dieta e estilo de vida na Dinamarca, entre dezembro de 1993 e maio de 1997, considerando massa corporal, pressão sanguínea e níveis de colesterol. Eles também levaram em conta condições de saúde, como pressão alta, diabetes e doenças cardiovasculares.
Foram identificados 3.346 casos de fibrilação arterial em um período de 13,5 anos de estudo, sendo as mulheres o menor grupo. A partir desses registros, os pesquisadores relacionaram o consumo de chocolate amargo com a incidência da condição.
Os resultados mostram que os participantes que comiam de uma a três porções de 30 gramas de chocolate por mês tiveram uma taxa 10% menor da arritmia do que aqueles que comiam apenas uma. Já aqueles que comeram uma porção por semana tiveram uma taxa 17% mais baixa, enquanto os que comiam de duas a seis tiveram 20% menos riscos. Uma ou mais porções diárias mostraram uma taxa de fibrilação arterial 16% menor.
Os resultados foram similares entre homens e mulheres. No entanto, as quantidades benéficas de chocolate variaram. Nas mulheres, uma porção semanal de chocolate bastava para reduzir o risco em 21%. Já nos homens, foram necessárias de duas a seis porções semanais para alcançar uma redução de 23% no risco.
Chocolate amargo
Como esse foi apenas um estudo observacional, as causas e efeitos não foram identificadas. No entanto, estudos anteriores já sugeriram que tanto o cacau quanto os alimentos derivados, como o chocolate amargo, são benéficos à saúde do coração. Uma das possíveis razões para isso é o alto teor de antioxidantes flavanóis, que tem sido relacionado a melhora do funcionamento dos vasos sanguíneos. Por outro lado, pesquisadores afirmam que a presença de leite e gordura no chocolate pode diminuir os benefícios do alimento.
Consumo moderado
Apesar dos benefícios, o consumo não deve ser exagerado. “Comer quantidades excessivas não é recomendado porque muitos produtos de chocolate são ricos em calorias proveniente do açúcar e da gordura, o que poderia levar ao ganho de peso e outros problemas metabólicos”, explicou Elizabeth Mostofsky, principal autora do estudo.