O ex-ministro e ex-governador do Ceará defendeu nesta terça-feira (24) o apoio de seu partido, PROS, à reeleição da presidente Dilma Rousseff na disputa deste ano, mas ressaltou que espera “mudanças e mudanças profundas” num eventual segundo mandato da petista.
Numa entrevista antes da convenção do partido, em Brasília, ele criticou duramente a política econômica e, indagado se Dilma deveria trocar o ministro da Fazenda, Ciro afirmou: “Já devia ter mudado, lá atrás já devia ter mudado. No ano passado.”
“O Brasil não oferece mais confiança aos agentes econômicos de que os investimentos serão remunerados. Está errado. Está errada a política econômica, está errada a política monetária, está errada a política fiscal. Não tem política econômica que funcione no Brasil”, disse.
Ele destacou, porém, acreditar que seria pior para o país eventual vitória do pré-candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, ou do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos.
“Evidente que a solução para isso não é voltar à política tucana de arrocho de salários e novo ciclo de privatização a preço de banana. Nem muito menos ceivar aventuras pessoais como do Eduardo Campos. O cara estava conosco até ontem e de repente saiu candidato”, afirmou.
Durante discurso na convenção, Ciro Gomes também disparou críticas à ex-senadora Marina Silva, candidata à vice-presidência na chapa de Eduardo Campos. Segundo Ciro, Marina Silva “desconsidera” que o agronegócio brasileiro “sustenta” o Produto Interno Bruto (PIB) do país.
“Tenho nojo desse discursinho, que é até simpatiquinho, mas é mentira”, disse ele, em referência à bandeira de Marina Silva de defesa do meio-ambiente e da economia sustentável.
Nesta terça, o PROS deve decidir ainda nesta terça se apoia a candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição. A própria petista deve comparecer ao evento por volta das 17h para selar a união.
O PROS foi criado oficialmente em setembro do ano passado e recebeu a adesão dos irmãos Cid e Ciro Gomes, além de outras lideranças que estavam no PSB, depois que o presidente da sigla, Eduardo Campos, decidiu deixar o bloco de apoio a Dilma e lançar candidatura própria à Presidência da República.
Desde sua criação, o PROS se intitula um partido criado para “apoiar e dar governabilidade” à presidente petista. No entanto, insatisfeitos pela demora de Dilma em conceder cargos no governo, a sigla chegou a entrar no chamado blocão, grupo da Câmara formado por partidos da base aliada descontentes com o modo de governar da presidente.
Em março deste ano, o partido anunciou que deixaria o blocão, mas cobrou maior participação no governo federal e o pagamento de emendas parlamentares – recursos que deputados destinam no orçamento para obras em seus estados e municípios.
Fonte: G1