Milhões de usuários de smartphones da marca Huawei agora estão atentos à guerra comercial entre a China e os Estados Unidos. Com a recente proibição do presidente dos EUA, Donald Trump, muitas empresas americanas não podem operar com a gigante chinesa de tecnologia. Na segunda-feira, o governo americano anunciou um período de transição de 90 dias. Mas, depois disso, os celulares da Huawei não terão o mesmo acesso às atualizações de software do Google disponíveis para a maioria dos outros aparelhos que usam o sistema operacional Android.
Os celulares da Huawei não são tão populares nos EUA, mas possuem grande participação de mercado em vários países. Para milhões de pessoas, os celulares da marca chinesa são alternativas baratas, mas de qualidade, aos modelos de US$ 1.000 fabricados pela Apple, líder nos EUA. Dentro da China, os dispositivos da Huawei não serão afetados. Mas quase metade desses aparelhos é vendida fora do país, segundo dados da Counterpoint Research.
Um porta-voz do Google disse que a empresa vai continuar a fornecer atualizações de software e patches de segurança para os modelos atuais da Huawei pelos próximos 90 dias.
“Embora estejamos cumprindo todos os requisitos do governo dos EUA, serviços como o Google Play e segurança do Google Play Protect continuarão funcionando no seu dispositivo Huawei”, escreveu a unidade Android no Twitter.
Todos os celulares da Huawei desenvolvidos e certificados pelo Google antes de 16 de maio ainda terão acesso à loja de aplicativos do Google Play e a outros aplicativos e serviços baixados anteriormente. As atualizações do Google vão continuar porque são interações entre o Google e usuários finais, e não entre o Google e a Huawei.
No entanto, o Google não vai poder solucionar problemas de software da Huawei e outras correções técnicas para a versão Android daqui para frente. A empresa chinesa terá que fazer isso por conta própria, usando a versão de código aberto do Android.
Para os novos celulares da Huawei registrados depois de 16 de maio, não haverá suporte do Google, porque isso exigiria um novo acordo entre o Google e a empresa chinesa.
A equipe de marketing da Huawei realizou uma coletiva de imprensa nas redes sociais na terça-feira, assegurando clientes de que seus celulares continuariam seguros e funcionando.
Alguns clientes da Huawei perguntaram nas redes sociais se podiam devolver os aparelhos. Outros disseram que apoiariam a empresa e a incentivaram a continuar lutando contra o que chamaram de “ataque a uma empresa estrangeira pelo presidente Trump”.
A Huawei está desenvolvendo seu próprio sistema operacional móvel e estuda fechar parcerias com rivais do Android.