Dois mestres violeiros cearenses, Manassés de Sousa, de 65 anos, e Cainã Cavalcante, de 29, se apresentam nesta quinta (15) e sexta-feira (16), a partir das 21h, no Clube do Choro de Brasília. A meia-entrada custa R$ 20.
Amigos há 20 anos, os músicos já se apresentaram no mesmo palco em diversas ocasiões. No entanto, esta é a primeira vez que embarcam em um projeto juntos.
Fachada do Clube do Choro de Brasília — Foto: Reprodução/Clube do Choro
A amizade vem desde a época que Cainã tinha 9 anos de idade. Segundo Manassés, o menino apareceu com o pai em seu estúdio, dizendo ser um grande fã do trabalho do violeiro.
Ao perceber o talento do pequeno, Manassés incentivou o prodígio mirim. Desde então, os dois mantém uma relação de amizade e companheirismo que atravessa as décadas.
O músico mais experiente integrou a banda do último show de Luiz Gonzaga, e já dividiu palco com grandes nomes da MPB como Fagner, Dominguinhos, Chico Buarque, Elba Ramalho, Gal Costa, entre outros. As apresentações desta semana, inclusive, marcam a gravação do 16º disco dele, ao vivo.
Já Cainã Cavalcante, que está prestes a lançar seu terceiro álbum, foi instrumentista na banda de Fagner junto do amigo e contou com a produção de Manassés no primeiro disco da carreira.
Além dos violeiros, os shows desta quinta e sexta ainda vão contar com a participação especial do bandolinista Ian Coury, e com os músicos Osvaldo Amorim (contrabaixo) e Carlos Pial (percussão).
Semelhanças
As semelhanças entre Manassés e Cainã datam desde o início da carreira de ambos. Manassés despertou o desejo pelo violão aos quatro anos de idade.
“De uma hora pra outra peguei o instrumento e comecei a estudar e tocar algumas músicas.”
Manassés de Sousa se interessou pelo violão aos quatro anos de idade — Foto: Reprodução/ Facebook
Aos 9 anos, ele entrou em uma banda de rock e, aos 12, começou a trabalhar profissionalmente como músico de baile, na banda Os Dissonantes. Aos 17 anos, se juntou ao grupo Pessoal do Ceará e passou a se apresentar em teatros e a gravar discos.
O passo seguinte foi a carreira solo. Manassés morou em países como Dinamarca e África, motivo pelo qual ele classifica sua música como universal.
“Minhas influências são brasileiras e de músicos do mundo todo. Sempre procurei conhecer os artistas dos lugares aonde ia. Minha música é um pouco árabe, cearense, africana, um pouco espanhola, um pouco americana”, ressalta.
Cainã, por sua vez, tem a arte na veia: o pai é artista plástico e compositor e a mãe tem grande participação em movimentos culturais.
“Na minha casa sempre transitavam muitos artistas, músicos, poetas. Então eu sempre escutei muita música boa também. Logo me interessei!”.
Cainã e Manassés tocam juntos no Clube do Choro de Brasília — Foto: Reprodução/ Facebook
Ele conta que, aos 7 anos, pegou o violão do irmão mais novo e começou os estudos. Tinha 9 quando decidiu seguir na música profissionalmente. A inspiração, ele conta, veio de Manassés de Sousa, e também de histórias e pessoas:
“Minha inspiração é a comunicação. O sentido da música pra mim tem senso de missão, então eu tenho que ir de encontro ao outro. Os lugares onde vou, as pessoas com quem convivo. O ser humano me inspira.”
Celebração
Para Manassés de Sousa, apesar de ser 36 anos mais novo, Cainã nunca foi seu aprendiz: “Ele já veio sabendo, é impressionante. Hoje em dia, eu aprendo muito com ele e tenho grande orgulho em ver que é um dos grandes violonistas do mundo”.
A admiração é recíproca: “É um dos grandes privilégios da vida poder conviver com esse meu amigo, meu mestre, que cuidou de mim desde criança”, completa.
Programe-se
Show de Cainã Cavalcante e Manassés de Sousa
Data: 15 e 16 de agosto (quinta e sexta-feira)
Horário: a partir das 21h
Local: SDC BLOCO “G” – Entre a Torre de TV, o Centro de Convenções e o Planetário
Ingressos: meia-entrada R$20