Os agentes da companhia têm enfrentado resistência de moradores de regiões de alto poder aquisitivo, apreensivos com questões de segurança
Agentes de pesquisa da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) estão encontrando dificuldades em colher dados para a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad) 2018 em regiões de alto poder aquisitivo. Moradores de locais como asas Sul e Norte, lagos Sul e Norte, Noroeste e Octogonal/Sudoeste são os que apresentam maior resistência. O principal argumento apresentado para não receber os profissionais é a segurança.
A pesquisa é realizada de porta em porta, com parte da população, escolhida aleatoriamente. Os dados obtidos são usados para identificar demandas e prioridades para projetos de desenvolvimento social e econômico, daí a importância da participação dos moradores selecionados. A companhia reforça que o levantamento é feito por agentes credenciados e identificados com coletes, para garantir a segurança do processo (confira o passo a passo abaixo).
O gerente de pesquisas socioeconômicas da Codeplan, Jusçanio de Souza, afirma que prédios e condomínios são os locais mais difíceis de colher os dados, e o período pré-eleitoral agrava ainda mais o quadro. “Por ser ano eleitoral, muitos pesquisadores vão às casas para pesquisas de opinião, intenções de voto. Com isso, o síndico acaba orientando os porteiros a não receberem os agentes”, detalha.
Esse, no entanto, não e o caso da Pdad. A pesquisa é realizada desde 2004 pela Codeplan, com o objetivo de colher informações nas regiões administrativas do DF sobre as características socioeconômicas e de moradia da população urbana. A pesquisa é realizada por amostragem e as respostas representam a população por meio de inferências estatísticas.
O foco é levantar informações socioeconômicas, necessidade dos moradores e identificar prioridades para projetos e políticas públicas. Demandas da Estrutural, por exemplo, são diferentes das do Lago Sul. Implantação de iluminação pública e criação de linhas de ônibus são algumas das demandas que costumam ser atendidas após a partir do levantamento.
Foi por meio da Pdad, por exemplo, que o poder público constantou que muitos dos moradores do Sudoeste trabalham na Esplanada dos Ministérios. Foram implantados, então, ônibus executivos para atendê-los. Todas as 31 regiões administrativas do DF participam da pesquisa e, até o momento, 11 tiveram os dados colhidos para a edição de 2018. Plano Piloto, Sobradinho, Itapoã, Cruzeiro e Brazlândia estão no atual processo de coleta.
As informações coletadas são totalmente sigilosas, colocadas diretamente em um banco de dados. Os resultados são apresentados em percentuais e médias. Em outros anos, também houve resistência por parte dos moradores, mas não tão significativa quanto agora. A pesquisa está prevista para acabar em agosto deste ano, porém quanto mais rejeições, mais tempo será necessário para finalizá-la. O relatório final poderá ser acessado pelo site da Codeplan a partir de dezembro.
Passo a passo da coleta
- São sorteados endereços para pesquisa
- Um carta de aviso é enviada para os domicílios
- Agentes são direcionados para residências previamente selecionadas
- A pesquisa é explicada para os moradores
- Por meio de um tablet, a pesquisa é feita em apenas meia hora
- 40% das residências são sorteadas uma segunda vez para confirmação de informações por outro agente.
Informações importantes
- Os agentes utilizam colete amarelo com as marcas da Codeplan e do Instituto Euvaldo Lodi do DF (IEL-DF) e crachá de identificação
- Maiores de 16 anos que conheçam hábitos e costumes da família podem responder pelos demais
- A coleta é feita de segunda a sexta-feira, período da manhã, tarde e início da noite e, se necessário, o morador pode agendar uma visita para os domingos.
Fonte: Correio Braziliense