Espaço em Taguatinga deve atingir capacidade em 1,5 ano, diz GDF. Dados foram obtidos pelo G1 por meio da Lei de Acesso à Informação.
Os seis cemitérios do Distrito Federal têm, em média, mais cinco anos e meio para atingir lotação máxima. O número foi levantado pela Coordenação de Assuntos Funerários, da Secretaria de Justiça. A pasta informou que toma medidas para ampliar a capacidade dos cemitérios, como a política de reutilização de jazigos onde são enterrados indigentes.
O coordenador de Assuntos Funerários, Adailson da Rocha, afirmou que os cemitérios do DF são construídos de forma a aproveitar a “máxima exploração” do terreno. “O sistema ‘área parque’ funciona em um gramado uniforme. Assim, é um espaço mínimo que se deixa entre um jazigo e outro.”
Rocha também mencionou outra forma de garantir novos sepultamentos: exumar corpos sepultados na chamada “área social”, onde estão indigentes ou pessoas sem dinheiro para pagar pelo enterro. Por lei, 10% da extensão de cemitério têm de ser destinados a esse fim.
“Todo e qualquer jazigo na área social pode sofrer reutilização depois de cinco anos”, afirmou o coordenador. “Já estamos tomando esta providência no cemitério de Taguatinga.” Em um primeiro momento, a ação só será necessária naquele local.
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Exumação de indigentes
A medida é apoiada por um decreto editado pelo GDF em agosto de 1999. O texto prevê que “não havendo fato impeditivo, os despojos mortais [da área social] serão exumados e recolhidos em ossário, devidamente registrados e em conformidade com as prescrições sanitárias”. Não é preciso informar a família dos mortos previamente.
Com as exumações de cadáveres enterrados há mais de 30 anos, a estimativa é de que o limite para lotação do cemitério de Taguatinga seja adiado por mais três anos.
No local onde os corpos foram desenterrados, serão construídos novos túmulos – desta vez, sem serem reservados para indigentes.
“O ato vai ser acompanhado pelos Direitos Humanos e pelo Ministério Público para que tenham conhecimento de que esses restos mortais estão sendo levados para um local adequado”, continuou o coordenador.
Outra opção considerada é entrar em contato com famílias de túmulos inutilizados e sugerir a exumação. “São pessoas com grupo familiar pequeno ou que não moram mais no DF e aquele espaço não tem mais utilidade”, disse.
Uma área próxima a Brazlândia já foi autorizada pelo Ibram e será destinada para abrigar o sétimo cemitério do DF, informou Adailson da Rocha. “É uma solução para quando se esgotarem as opções. O cemitério de Taguatinga, por exemplo, não tem mais espaço para crescer. Vai chegar um dia em que não haverá espaço para novos sepultamentos lá.”
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Concessão
Quem administra os seis cemitérios de Brasília desde 2002 é a empresa Campo da Esperança Serviços Ltda. Para vencer a licitação, a companhia não teve de pagar nada. Por outro lado, 5% do que fatura são repassados para o GDF.
“A contrapartida oferecida ao governo de Brasília foi o investimento em infraestrutura em todas as unidades administradas e o serviço social totalmente gratuito para o Estado”, informou.
Estatística
No DF, são realizados cerca de 900 sepultamentos por mês, disse a Coordenação de Assuntos Funerários. Metade das pessoas é enterrada em túmulos com a família, afirmou o órgão.
Previsão de esgotamento
Os números apresentados pela Coordenação de Assuntos Funerários, ligada à Secretaria de Justiça, são referentes a fim de setembro de 2015.
Confira a previsão de esgotamento de cada unidade.
Brasília – 5 anos (9.094 jazigos disponíveis e 194.982 sepultados)
Taguatinga – 1,5 ano (3.261 jazigos disponíveis e 140.025 sepultados)
Gama – 2 anos (1.266 jazigos disponíveis e 48.397 sepultados)
Sobradinho – 10 anos (3.388 jazigos disponíveis e 24.532 sepultados)
Planaltina – 5 anos (1.614 jazigos disponíveis e 34.292 sepultados)
Brazlândia – 10 anos (1.548 jazigos disponíveis e 11.322 sepultados)