A eficiência tecnológica deve provocar a maior redução da força de trabalho do setor bancário dos Estados Unidos em sua história, com uma estimativa de 200 mil cortes de empregos na próxima década, segundo um relatório do Wells Fargo & Co.
Os US$ 150 bilhões anuais que as empresas financeiras do país têm gastado em tecnologia – mais do que qualquer outro setor – reduzirão os custos, e a remuneração dos funcionários responderá pela metade de todas as despesas bancárias, calcula Mike Mayo, analista sênior do Wells Fargo Securities.
A força de trabalho composta por funcionários de back office, agências bancárias, call centers e corporativos tem encolhido entre 20% e 30%, enquanto empregos relacionados à tecnologia, vendas, assessoria e consultoria são menos afetados, segundo o estudo.
“Será uma drástica mudança nos centros de contato, e estes são internos e externos”, disse no relatório Michael Tang, sócio da Deloitte que lidera a prática global de inovação de serviços financeiros da consultoria.
“Já vemos sinais disso com os chatbots, e algumas pessoas nem sabem que estão conversando com um mecanismo de inteligência artificial porque estão apenas respondendo a perguntas.”
As previsões do Wells Fargo vão de encontro a outras projeções de grandes cortes de empregos no setor bancário, resultado do processo de automação. A McKinsey & Co. disse em maio que o número de funcionários front office – banqueiros e traders historicamente vistos como um dos ativos mais valiosos das empresas financeiras – deve diminuir em quase 30% com o surgimento dos robôs.
O número de empregados front office em bancos de investimento e trading caiu pelo quinto ano em 2018, de acordo com dados da Coalition Development Ltd. R. Martin Chavez, responsável pela iniciativa do Goldman Sachs de se transformar por meio da tecnologia, disse no mês passado que todos os traders precisarão em breve de habilidades de codificação para serem bem-sucedidos em Wall Street.