A partir de amanhã publicaremos na coluna de Cultura os versos que foram escritos no livro “Em nome dos silenciados: versos de dor, amor, resistência, esperança!” de autoria do Professor Antonio Artequilino. A cada dia será publicado um poema de cunho crítico de livre expressão contemporânea. Esperamos sinceramente que tais poemas provoquem uma reflexão profícua em torno dos problemas que afetam diretamente todos os que foram sistematicamente silenciados no contexto sócio-histórico de dominação, de exploração, de desigualdades abissais e de severas injustiças. Enfim, leiam e tirem suas próprias conclusões ao longo das próximas semanas!!
Conheça Antonio e um pouco sobre a sua obra:
Antonio Artequilino da Silva Neto é Doutor em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela PUC-SP. Mestre em Educação pela UFG. Especialização em Educação: Alfabetização de Jovens e Adultos pela UnB. Especialização em MBA: Formação Geral de Executivos pela Fundação FIA de Administração e Negócios. Graduação em História pela UFG. Foi funcionário de carreira do Banco do Brasil por mais de 25 anos, atuando em diversas áreas: gerente regional das Unidades Regionais de Gestão de Pessoas em Goiânia (2006-2008), Ribeirão Preto (2008-2012) e Campinas (2012-2013); gerente da divisão responsável pelos programas educacionais da Universidade Corporativa Banco do Brasil (2013-2014); gerente geral da Unidade de Negócios Estilo Digital Ministério da Fazenda em São Paulo (2014-2016) e gerente geral da agência BB-Jabaquara. Na educação, trabalhou como professor da rede pública de ensino (1990-1994); coordenador pedagógico em programas de Educação de Jovens e Adultos, com ênfase em processos de alfabetização (1996-2008); educação de detentos no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia (2007-2008); lecionou na pós-graduação da PUC Campinas (2012) e proferiu dezenas de palestras no setor público, em ambientes acadêmicos e empresariais. É autor de Leitura na prisão (2012) e Em nome dos silenciados: versos de dor, amor, resistência, esperança (2012).
Apresentação do livro
Em nome dos silenciados: versos de dor, amor, resistência, esperança!
O ponto de partida do meu livro de poemas consiste em minha humilde pretensão de empreender, em nome dos pobres, dos índios, das mulheres, das crianças, dos negros, dos trabalhadores e de todos os desprivilegiados socialmente, uma poética de denúncia e de resistência, que requer a ética da capacidade de indignar-se e de posicionar-se a favor dos seres humanos oprimidos e subjugados.
Reconheço sinceramente que “resistência” é expressão recorrente nos meus versos pela premente necessidade de questionarmos a submissão das classes populares e de diversos outros grupos de pessoas que sofreram o amordaçamento imposto por um sistema desumano, injusto, covarde, perverso e opressor. No entanto, proponho modestamente que resistamos com amor, serenidade, equilíbrio e sensatez. A violência e a imoderação devem ser abolidas de qualquer proposição de mudança e transformação da realidade.
O amor por todos os seres humanos é a ênfase desta obra, em que estão tematizados o apreço e o respeito à dignidade humana. Falar em nome dos silenciados é, acima de tudo, assumir o amor pela humanidade como princípio ético-crítico.
Solidariedade é um conceito estruturante dos poemas de cunho social. Nesse sentido, a negação das posturas de omissão e indiferença acontece através do apelo à conscientização como condição para assunção do comprometimento humano diante do contexto histórico e social.
Emocionei-me ao escrever cada verso, senti-me instigado a desafiar a força do discurso fatalista, egoísta, dogmático e reacionário feito pelos segmentos de nossa sociedade que defendem o individualismo mesquinho, a competitividade exacerbada e a lógica da exclusão dos menos favorecidos. Para tanto, tentei partir das possibilidades concretas da realidade para fazer a proposição de envolvimento, através da poesia, em um processo de reflexão voltado para os anseios de humanização.
Creio que a poesia social não se esgota nas dimensões histórica, política, social, econômica e cultural, mas envolve também aspectos relevantes relacionados às aspirações do espírito humano com significativos reflexos nas questões existenciais presentes no cotidiano do nosso povo.
No campo das relações conflitivas, confusas e contraditórias de nosso tempo, a poesia que trago comigo expressa, afirma e reafirma o amor como única e possível via para almejarmos a felicidade. Trata-se de um amor altruísta que rejeita as futilidades de um modelo de sociedade que cultua o corpo e valoriza a ostentação dos meios de vida.
Precisamos lutar contra todas as formas de alienação e devemos denunciar a subserviência de grandes populações submetidas a condições desumanas de vida. Acredito piamente que a poesia pode contribuir consideravelmente com o processo de formação de consciências críticas.
O perdão, justiça, afeto, confiança, diálogo, humildade, carinho, ternura, perseverança, paciência, fé, brandura e a busca constante da amabilidade são profundas aspirações poéticas e utópicas de minha alma, manifestadas nos versos de dor, amor, resistência e esperança que agora ofereço a você, amante da literatura!
Ao seu lado desejo viver e testemunhar uma práxis da poesia não inerte, comprometida com a educação e com a arte em toda a sua essência. Ofereço-lhe uma poesia viva voltada para além dos anseios, das fantasias, das palavras e dos códigos linguísticos, afinal, o que mais importa na existência humana é o viver pleno, livre, autônomo – É o viver com poesia!
– Antonio Artequilino.