De acordo com manifestantes, havia 7 mil pessoas; PM contabilizou 10 mil às 12h. Houve depredação no prédio e vidros foram quebrados, diz corporação.

Manifestantes ocuparam na madrugada desta quarta-feira (15) o Ministério da Fazenda, em Brasília. Segundo o Movimento Sem Terra (MST), a ação é, entre outros motivos, em protesto contra a reforma da Previdência. Além de sem-terras, o grupo também era constituído por agricultores familiares e sem-teto.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2017/G/1/c43wuiQmCHNzTaqhy9kQ/whatsapp-image-2017-03-15-at-05.23.11.jpeg)
De acordo com o grupo, havia 7 mil manifestantes; a Polícia Militar contabilizou 10 mil às 12h. A corporação informou ainda que vidros do ministério foram quebrados. “Eles danificaram as dependências do ministério, jogando paus e pedras”, afirmou a PM. Casos do tipo de depredação são investigados pela Polícia Federal.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2017/N/S/rBCdj1QTCFDxlVu2lPnQ/whatsapp-image-2017-03-15-at-09.29.40.jpeg)
“Ocupamos o Ministério da Fazenda e pretendemos ficar até quando for possível porque não temos a intenção de negociar e fazer fotos com eles nos gabinetes. Viemos deixar nosso recado para o governo de que não iremos aceitar nenhum retrocesso de direitos”, afirmou Marcos Baratto, da direção nacional do MST.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2017/V/m/Zy0xOASfKixTMbdmpMCw/bandeira.jpg)
Protesto
Por volta das 9h, pelo menos quatro ônibus trouxeram mais manifestantes para o ato, incluindo professores, que iniciaram um movimento de greve por tempo indeterminado também nesta quarta.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2017/R/r/ADVlz9TDGpLAlt3Asqkg/whatsapp-image-2017-03-15-at-10.38.16.jpeg)
Mais cedo, o grupo espalhou cruzes em frente ao gramado em frente ao Congresso Nacional para simbolizar pessoas que vão morrer sem poder se aposentar, caso a reforma seja aprovada.
Às 9h27, os dois sentidos do Eixo Monumental estavam interditados, desde a Catedral até o Congresso Nacional. Com isso, houve repercussão no trânsito da área central de Brasília, gerando engarrafamento.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2017/p/I/n6BVE9ToiXAyKM7AMumw/whatsapp-image-2017-03-15-at-09.51.58.jpeg)
“A previdência é nossa. Ninguém tira da roça”, entoou um grupo de trabalhadores rurais na manifestação.
“A nível nacional viemos participar desse ato público para impedir a destruição que essa PEC [Proposta de Emenda à Constituição] pode fazer no nosso sistema de trabalho e aposentadoria. Nossa greve começa hoje [nesta quarta] e a nível de Distrito Federal estamos reivindicando os 18% de perdas salariais com a suspensão dos aumentos prometidos”, afirmou a professora Helena Nascimento.
Manifestantes reunidos em frente ao Ministério da Fazenda durante protesto
A idade não foi um problema para quem foi protestar na Esplanada. A professora aposentada Marli Boaventura, de 75 anos, foi às ruas para pedir melhores condições de aposentadoria da filha de 40 anos e da neta de 16 anos.
“Eu estou lutando pela vida da minha filha, da minha neta e de todos os jovens que estão com risco de nunca se aposentar. Eles não têm o direito de fazer isso”, disse.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2017/6/W/kHvFj3TWWYXQVXrGWlmg/whatsapp-image-2017-03-15-at-09.11.05.jpeg)
“O movimento de hoje acontece por um motivo simples: uma aposentadoria com 75 anos não é saudável. Como vamos trabalhar até lá? Quem se aposentar com essa idade vai fazer o quê na aposentadoria? As reformas devem vir de baixo, estruturais. Assim só o pobre sofre as consequências”, disse o estudante de Letras da Universidade de Brasília (UnB) Pedro Morais.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2017/N/H/eBGQeMQZGIwnYWhzAGxQ/whatsapp-image-2017-03-15-at-09.19.57.jpeg)
Propostas
A reforma da Previdência Social enviada ao Congresso Nacional prevê, entre outras propostas, estabelecimento de idade mínima de 65 anos para os contribuintes reivindicarem aposentadorias. Antes de enviar o texto ao Legislativo, o presidente Michel Temer apresentou as ideias a líderes partidários do Congresso.
Além de fixar uma idade mínima para a aposentadoria de homens e mulheres, as novas regras, se aprovadas, irão atingir trabalhadores dos setores público e privado. De acordo com o governo, a única categoria que não será afetada pelas novas normas previdenciárias é a dos militares.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2017/9/f/O3KG7iSo611AcN6apgGw/area.jpg)
Pelas regras propostas pela gestão Temer, o trabalhador que desejar se aposentar recebendo a aposentadoria integral deverá contribuir por 49 anos.
O governo federal estima que deixará de gastar cerca de R$ 740 bilhões em 10 anos, entre 2018 e 2027, com as mudanças propostas por meio da reforma da Previdência Social. Desse valor total, as mudanças no INSS e nos benefícios por prestação continuada (BPC) representariam uma economia de R$ 678 bilhões e, nos regimes próprios, de cerca de R$ 60 bilhões.
Fonte G1