O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) destacou o impacto da gasolina na inflação como maior e mais rápido do que o previsto, nesta terça-feira (10/5), por meio da ata de seu último encontro.
Ainda na reunião, os diretores da instituição discutiram sobre o porquê de as projeções do mercado para a alta de preços estarem mais pessimistas do que as da autoridade monetária. O documento destacou ainda que um crescimento maior da Selic (taxa básica de juros) cria um risco de desaceleração. Na semana passada, o Copom elevou a Selic em 1 ponto percentual, de 11,75% para 12,75% ao ano.
“O comitê ressaltou que o crescimento econômico veio em linha com o que era esperado, mas o aperto das condições financeiras cria um risco de desaceleração mais forte que o antecipado nos trimestres à frente, quando seus impactos tendem a ficar mais evidentes”, afirmou o documento.
Surpresa
A ata observou que a inflação ao consumidor segue elevada, com alta disseminada entre vários componentes, mostrando-se mais persistente que o antecipado. “A inflação de serviços e de bens industriais se mantém alta, e os recentes choques levaram a um forte aumento nos componentes ligados a alimentos e combustíveis”, explicou o documento.
Segundo o Copom, as leituras recentes vieram acima do esperado e a surpresa ocorreu tanto nos componentes mais voláteis como nos mais associados à inflação subjacente. “Nos itens mais voláteis, continua se destacando o aumento do preço da gasolina, com impacto maior e mais rápido do que era previsto.”
Fonte: Correio Braziliense