A reação do setor de serviços, alta de 0,8% em julho, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra uma recuperação ainda desigual na área. O que se verificam são dados de desempenho positivo misturados a resultados negativos entre os diversos segmentos pesquisados. Ao contrário do observado em relação ao varejo, que apresentou crescimento generalizado em julho.
De qualquer maneira, o resultado de julho pode estar indicando uma melhoria do setor, que responde por mais de dois terços do Produto Interno Bruto (PIB). De janeiro a março, foram três meses consecutivos de queda. Abril e maio pareciam indicar recuperação, frustrada com a queda verificada em junho, de 0,7%. Agora em julho voltou para o campo positivo.
Olhando para os vários dados disponíveis, há sinais de uma recuperação da economia, ainda que muito gradual. Nesses momentos de transição, no caso agora de uma economia que saiu da recessão de 2015 e 2017 e permaneceu em estagnação até o momento, os economistas ficam atentos para a intensidade desse movimento de reação, que pode trazer surpresas.
Alguns dados:
- o PIB do segundo trimestre cresceu 0,4%. Resultado que surpreendeu, pois se temia até mesmo um número negativo para o período;
- o desemprego vem caindo, com aumento importante do número de pessoas ocupadas, mesmo com a ressalva de que essa recuperação do mercado de trabalho vem se dando pelo lado da informalidade;
- o crédito livre, aquele que não está direcionado, como para habitação, está crescendo acima de 12%.
- o crédito mais barato está reativando a construção civil, que tem poder de recuperação mais rápido, com grande potencial de geração de emprego. O crédito, como se sabe, serve para duas coisas: consumo ou investimento.
Há evidências de que agosto não foi um bom mês. Mas há também sinais de que setembro deve ser melhor. No entanto, uma recuperação mais robusta da economia ainda não está no horizonte.