Informações divulgadas pelo Ministério Público Federal (MPF) apontam que os crimes investigados pela Operação Lava Jato, que apura um esquema de desvios de recursos públicos e lavagem de dinheiro, desviaram ao menos R$ 2,1 bilhões da Petrobras.
De acordo com o MPF, o valor desviado corresponde apenas aos crimes já denunciados pelo órgão.
Até o momento, a procuradoria apresentou 18 acusações criminais contra 86 pessoas, por crimes como corrupção, contra o sistema financeiro, tráfico internacional de drogas, formação de organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Doze pessoas firmaram com o Ministério Público Federal acordos de colaboração com as investigações em troca de benefícios, como redução de pena.
Dinheiro recuperado
Nesta quarta (28), o coordenador da força tarefa da Lava Jato, Douglas Fischer, informou que o MPF já assegurou a recuperação de R$ 500 milhões desviados por investigados na operação.
Segundo Fischer, para permitir o resgate da quantia, o MPF fechou acordos de cooperação internacional com 12 países, entre os quais Suíça, Estados Unidos e Holanda.
Além disso, foram bloqueados R$ 200 milhões em bens de réus dos processos decorrentes da Lava Jato.
A operação
Deflagrada em março do ano passado, a Operação Lava Jato cumpriu, segundo o MPF, 60 mandados de prisão, 161 de busca e apreensão e 37 de condução coercitiva. Ao todo, 150 pessoas e 232 empresas estão sob investigação da procuradoria.
As informações constam em um site específico da Lava Jato criado nesta quarta pelo MPF, pelo qual é possível acompanhar decisões da Justiça, denúncias oferecidas pela procuradoria, além de consultar a história da operação.
O site também fornece um espaço para que sejam feitas novas denúncias relacionadas à Lava Jato.
A operação desmontou um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que, segundo as autoridades policiais, movimentou cerca de R$ 10 bilhões.
De acordo com a PF, as investigações identificaram um grupo brasileiro especializado no mercado clandestino de câmbio.
A Petrobras está no centro das investigações da operação, que apontou dirigentes da estatal envolvidos no pagamento de propina a políticos e executivos de empresas que firmaram contratos com a petroleira.