Iraque interrompeu nesta segunda-feira sua ofensiva a Tikrit e as autoridades pediram por mais ataques aéreos contra os militantes do Estado Islâmico, enquanto um oficial afirmou que as forças curdas foram atingidas por outros dois ataques com gás cloro conduzidos pelos insurgentes.
O general Aziz Waisi disse aos jornalistas que os rebeldes usaram o gás cloro por duas vezes durante uma ofensiva em janeiro a oeste de Mosul, além de um outro uso registrado em dezembro durante um ataque contra uma brigada militar na região do monte Sinjar. Um dos ataques próximos a Mosul, em 23 de janeiro, foi detalhado no sábado pelas autoridades curdas.
Waisi disse que vários policiais militares – sem especificar o número – foram levados ao hospital, onde exames de sangue indicaram que eles haviam inalado gás cloro liberado por bombas.
“Quando explodiram, nos demos conta de que não era fumaça normal, porque causou desmaios e vômitos”, disse ele.
Ele não quis detalhar se foram examinadas amostras do gás expelido nos dois ataques.
A Organização pela Proibição das Armas Químicas, sediada na Holanda, disse não ter recebido durante o fim de semana nenhum pedido de investigação proveniente do Iraque sobre algum suposto uso de armas químicas.
PAUSA EM TIKRIT
Não houve confrontos em Tikrit nesta segunda-feira, disseram oficiais. Os rebeldes do Estado Islâmico, que controlam grandes faixas das regiões norte e oeste do Iraque e partes do território da vizinha síria, tem resistido nos bairros centrais da cidade natal de Saddam Hussein, instalando explosivos para deter o avanço das forças inimigas.
A ofensiva das forças iraquianas e de milícias xiitas, que entraram em Tikrit na semana passada, é a maior já conduzida contra o Estado Islâmico, mas encontra-se interrompida desde sexta-feira.
Forças do governo controlam a maior parte do bairro de Qadisiya, no norte da cidade, assim como as periferias sul e oeste, encurralando os militantes em uma área limitada por um rio ao longo do limite leste de Tikrit.
“Precisamos de apoio aéreo de qualquer força que possa trabalhar conosco contra o EI”, disse o vice-ministro da Defesa iraquiano, Ibrahim al-Lami, à Reuters, embora tenha se negado a especificar se fazia referência à coalizão liderada pelos EUA ou ao Irã, que tem participação na ofensiva.
O Pentágono disse não considerar a ofensiva em Tikrit como interrompida. “Operações ofensivas como essa tem um ritmo inerente”, disse o porta-voz do Pentágono, o coronel do Exérctio dos EUA Steve Warren.
Warren afirmou que a coalizão liderada pelos EUA que auxilia o Iraque não conduziu nenhum ataque em apoio às operações em Tikrit.
O ministro do Interior iraquiano, Mohammed al-Ghaban, disse que as autoridades interromperam temporariamente a ofensiva em Tirkrit “para reduzir as vítimas entre as nossas heróicas forças… e para preservar a infraestrutura remanescente.”
“Vamos escolher o momento apropriado para atacar o inimigo e liberar a área”, disse ele a jornalistas em Samarra, 95 quilômetros ao norte de Bagdá.
Rafid al-Jaboori, porta-voz do primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, reiterou os pedidos por mais ataques aéreos: “Temos dito que precisamos de mais suporte aéreo para todas as nossas operações”, disse ele à Reuters.
(Reportagem adicional de Ahmed Rasheed e Saif Hameed em Bagdá, Mustafa Mahmoud em Kirkuk; e David Alexander em Washington)