O incêndio que atingiu o acampamento Monjolo, no Recanto das Emas, no domingo (12/5), deixando 47 casas destruídas e 35 famílias desabrigadas, pode ter sido causado por instalações elétricas irregulares. Segundo uma das pessoas que ajudou a socorrer as vítimas, o incêndio começou depois de um curto circuito. “A energia que os moradores utilizavam era feita por gato. Por ser gambiarra, acabou dando um curto e começou o fogo”, disse o autônomo Gedeon Almeida, 44 anos, que mora na quadra em frente ao local do incêndio.
De acordo com o tenente Machado, do Corpo de Bombeiros, a corporação e a perícia trabalham com duas hipóteses: de curto circuito ou descuido humano. “O trabalho de apuração das causas ainda está sendo feito, mas estamos cogitando a hipótese de curto na fiação elétrica e de descuido de algum morador. Mas não temos uma definição, temos que esperar o laudo da perícia que sai em 30 dias”, afirmou o militar.
Ajuda às famílias
Ao menos 15 das famílias desalojadas, que não podiam ser abrigadas em casas de parentes ou conhecidos, foram instaladas no Ginásio Poliesportivo Tatuzão pela Administração Regional do Recanto das Emas. Além disso, o restaurante comunitário disponibilizou 30 marmitas e, até a manhã desta segunda-feira (13/5), 25 cestas básicas foram doadas.
Almeida relatou que as famílias estão sem nada, somente com a roupa que estavam usando quando o fogo se alastrou. “A situação no local está caótica. As famílias estão desesperadas porque perderam absolutamente tudo. Elas saíram do incêndio somente com a roupa do corpo. Nem fui trabalhar hoje para ficar aqui e dar assistência a todos os afetados”, relatou o autônomo, acrescentando que as vítimas estão muito abaladas emocionalmente.
Equipes da Subsecretaria da Defesa Civil estiveram no local para avaliar as condições do local afetado pelo fogo. Iniciou-se a limpeza da área, incluindo a retirada de materiais cortantes e fechamento de fossas para evitar que crianças e curiosos se machuquem. “Nós solicitamos a limpeza da área à Novacap. Neste momento, estamos no local atuando na ajuda humanitária das famílias afetadas”, disse Subsecretário da Defesa Civil, Coronel Bezerra.
Água
Desde a manhã de domingo, as famílias desabrigadas estão recebendo água potável fornecida pela Companhia de Abastecimento do Distrito Federal (Caesb). Uma unidade móvel da companhia, com capacidade para atender 2 mil pessoas por dia foi deslocada ao ginásio. Está prevista também a instalação de uma caixa d’água no ginásio.
Um posto de atendimento avançado foi montado na Administração Regional do Recanto das Emas para realizar o cadastro no Bolsa Família das famílias afetadas e a solicitação do Benefício Eventual, no valor de R$ 408,00, que pode ser convertido em bens de consumo, como alimentos, roupas e itens de higiene pessoal.
As famílias também têm a hipótese de solicitar o Benefício Excepcional, concedido em razão do desabrigo temporário de famílias em vulnerabilidade social. O valor ofertado de R$ 600 é exclusivo ao pagamento de aluguel de imóvel residencial e é concedido em prestações mensais, por até 6 meses, podendo ser prorrogado por igual período.