Entre os personagens ligados ao esquema da moeda virtual Kriptacoin, um chamou atenção dos investigadores: Urandy João de Oliveira, 43 anos. O grupo criminoso transformou o ex-balconista de padaria em executivo milionário da Wall Street Corporate, empresa responsável pela Kriptacoin. A história de Urandy foi forjada para atrair – e enganar – investidores. Hoje, ele está no Complexo Penitenciário da Papuda, pois foi um dos presos na Operação Patrick, deflagrada em 21 de setembro.
A ascensão meteórica das finanças de Urandy – que não passava de uma farsa – surpreendeu e encantou milhares de investidores da moeda digital, mas não a Polícia Civil e o Ministério Público do DF e Territórios. A denúncia foi oferecida pela 1ª Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos ao Consumidor (Prodecon) à 8ª Vara Criminal do DF. No documento, o homem é apontado como um dos garotos-propaganda da empresa que enganou cerca de 40 mil pessoas e movimentou mais de R$ 250 milhões.
Segundo a denúncia entregue pelo promotor de justiça Paulo Roberto Binicheski, Urandy atuou em conluio com a empresa Wall Street Corporate realizando palestras e eventos, e atraindo potenciais investidores para a Kriptacoin. O “vendedor de sonhos” da organização criminosa conta, em vídeo, que largou a profissão de balconista e, em apenas seis meses, embolsou R$ 1,2 milhão como executivo da companhia.
“Urandy induziu investidores ao erro, no engodo de atrair milhares de novos adeptos ao sistema e alavancar os lucros dos idealizadores, ao veicular em vídeo divulgado nas redes sociais que teria auferido ganhos pessoais milionários”, diz trecho da denúncia.
Assista ao vídeo que conta a história de Urandy Oliveira:
Urandy reproduziu seu “discurso vencedor” país afora. Ele fez palestras, registradas em fotos e vídeos, em municípios como Goiânia (GO), Formosa (GO), Luís Eduardo Magalhães (BA) e Patos de Minas (MG). A promessa de ganhos diários de 1% seduziu milhares de pessoas, que lotaram salas de eventos em busca de uma fórmula para o lucro fácil.