Entre blockbusters e o cinema de arte, a oferta é variada para os cinéfilos
O apartamento
À frente de um cinema internacionalmente destacado, o diretor Asghar Farhadi apresenta um dilema familiar em sua mais recente obra. Emad e Rana são personagens casados que, vivendo carreira de atores, encenam o clássico de Arthur Miller A morte do caixeiro-viajante. Quando perdem a moradia, são obrigados a viver em precário apartamento e, a partir de um episódio violento, se indispõem na relação a dois. Vencedor no Festival de Cannes dos prêmios de melhor roteiro e melhor ator (Shahab Hosseini), o filme traz ainda interpretação de Taraneh Alidootsi, no papel da massacrada Rana (À procura de Elly). Asghar Farhadi é o diretor de, entre outros, A separação – filme vencedor do Oscar de longa em língua estrangeira.
Eu fico loko
Baseado numa história real e a cada dia mais inesperada, chega aos cinemas a versão da vida do jovem Christian Figueiredo, sob a direção de Bruno Garotti. Autor de três livros e dono de narrativas audiovisuais e escritas em que prevalece o tom de confissão, Christian estrela a fita, depois de ter o seu papel interpretado pelos atores Cauã Gonçalves (aos 10 anos) e Filipe Bragança (na fase dos 15 anos). Sucesso absoluto como youtuber, Figueiredo enfrenta o vilão Mauro (Michel Joelsas), além de tentar ser popular e cultivar paixão platônica por Alice (Isabella Moreira). Na trama, Alessandra Negrini e Suely Franco vivem, respectivamente, mãe e avó do protagonista, que é amigo Yan (José Victor Pires). Na trilha sonora, Hear me now emplaca sucesso de Marcos Zeeba.
O homem que caiu na Terra
Dirigido por Nicolas Roeg, dono de filmografia capaz de render o raro reconhecimento do Lifetime Achievement Award (referencial no cinema britânico), o longa estrelado por David Bowie volta à tela, em versão restaurada. Com elenco formado por nomes renovadores do cinema dos anos 1970, como Rip Torn (Agora você é um homem e Trópico de câncer) e Candy Clark (Loucuras de verão), o filme traz o roqueiro Bowie na pele do alienígena Thomas Jerome Newton, que vem para a Terra com a intenção de salvar o planeta dele, Água. O diretor Roeg é lembrado por filmes como A longa caminhada (1971) e Inverno de sangue em Veneza (1973).
A criada
Descoberto pelo Brasil em 2003, com a estreia do violento longa-metragem Oldboy, o cineasta Chan-wook Park volta a incomodar, com torturas físicas e psicológicas abrigadas em A criada, selecionado para a mais recente edição do Festival de Cannes. Premiado pelo público da 40ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, o filme trata do destino da ambiciosa Sookee (Tae-ri Kim) que, na Coreia dos anos 1930, planeja se infiltrar na aristocracia japonesa. Há um plano em curso, no qual ela pretende colocar a patroa num sanatório.