São Paulo – Com orçamento para defesa estipulado em 716 bilhões de dólares em 2019, é quase que surreal acreditar que o exército dos Estados Unidos ainda fazia o uso de disquetes e computadores da década de 1970 para coordenar seu arsenal nuclear. Mas é verdade: os periféricos só foram substituídos por equipamentos mais modernos recentemente.
Ao site c4isrnet, o tenente-coronel americano Jason Rossi afirmou que o Departamento de Defesa dos Estados Unidos passou a utilizar uma “solução de armazenamento digital de estado sólido altamente segura”. Mais detalhes da tecnologia foram mantidos em sigilo.
Utilizados para enviar ordem de ataque nuclear que viesse diretamente da Casa Branca para os órgãos de defesa, os discos de armazenamento retangulares eram lidos em um computador chamado de Sistema Estratégico de Comando e Controle Automatizado (SACCS, na sigla em inglês). Apesar de antiquado, o sistema era considerado o mais seguro até agora.
Isso porque o equipamento é tão antigo que foi criado até mesmo antes da popularização da internet – a primeira conexão foi feita em 1969. Desta forma, a interceptação digital do conteúdo armazenado era tida como praticamente impossível. “Você não pode invadir algo que não tem nem mesmo um endereço de IP”, afirmou Rossi.
Medindo 8 polegadas e com estrutura formada por um disco magnético fino envolvido em um plástico retangular, os disquetes foram lançados em 1971 com capacidade de armazenamento de apenas 80 kB – o que corresponde a apenas dois ou três arquivos de texto atuais.
Anos depois, o tamanho físico do acessório passou para algo próximo de 5 polegadas. A última versão dos dispositivos, lançada em 1993, media 3,5 polegadas e armazenava 5,76 MB de dados – o suficiente para salvar uma música. A chegada dos CDs, DVDs, pendrives e outros acessórios selou a morte do acessório.
Se os disquetes já foram aposentados, ainda não há informações sobre quando o terminal SACCS, produzido pela IBM, deixará de ser utilizado. Em 2016, o governo americano afirmou que planejava atualizar os sistemas até o fim do ano fiscal de 2017. Contudo, nada foi dito a respeito do assunto desde então