Mané Garrincha foi o mais caro do país. Polícia Federal apontou fraudes na licitação e Justiça determinou prisão temporária dos ex-governadores Agnelo e Arruda.
O Estádio Nacional Mané Garrincha, além de ser o mais caro do país, ficará marcado também por ter levado dois ex-governadores e um ex-vice-governador a serem detidos em prisão temporária pela Polícia Federal.
De acordo com a Operação Panatenaico, deflagrada nesta terça-feira (23), o esquema de propina relacionado à construção do estádio envolveu repasse de “vultosos valores” em dinheiro no próprio canteiro de obras da arena, no centro de Brasília.
Enquanto as negociações ocorriam, o Distrito Federal passou por emergências financeiras na saúde, educação e infraestrutura. Segundo as investigações, os supostos acordos para fraudar a licitação de reforma do estádio começaram no governo de José Roberto Arruda (PR), entre 2009 e 2010.
No mesmo ano, médicos tiveram salários atrasados e famílias se manifestaram por não encontrar creches onde deixar os filhos. Em 2011, no governo de Agnelo Queiroz (PT), o Ministério Público informou que o político e o vice, Tadeu Filippelli, além de outros agentes públicos, receberam dinheiro para “retirar obstáculos” que pudessem impedir a execução da obra.
Entre eles, estava a mudança da finalidade da empresa pública do DF Terracap, para que fosse parte executora das obras. Neste ano, professores e servidores da Saúde reivindicaram reajustes salariais. A obra do VLT também foi paralisada
No ano seguinte, também durante o governo Agnelo, a população enfrentou uma crise no abastecimento de energia, enchentes, greve dos policiais e caos no transporte público.
Em 2013, quando Arruda, supostamente voltou a cobrar propina das empresas, segundo as investigações, os hospitais do DF não conseguiram atender às demandas de pacientes por falta de médicos e equipamentos.
O Ministério Público apontou que, em 2014, a propina chegou a ser repassada até mesmo dentro do estádio. A Copa do Mundo de Futebol começou e a população foi às ruas para protestar contra as condições precárias na saúde e educação do DF.
Segundo as investigações, a obra do estádio pode ter sido superfaturada em cerca de R$ 900 milhões, visto que estavam orçadas em R$ 600 milhões, mas custaram R$ 1,575 bilhão.
Dez mandados de prisão foram expedidos e cumpridos nesta terça (23). Além de Agnelo, Arruda e Filippelli, foram detidos ex-secretários dos governos, ex-diretores de empresas públicas envolvidas na licitação, o presidente da Via Engenharia e empresários citados como operadores.
No ano seguinte, também durante o governo Agnelo, a população enfrentou uma crise no abastecimento de energia, enchentes, greve dos policiais e caos no transporte público.
Em 2013, quando Arruda, supostamente voltou a cobrar propina das empresas, segundo as investigações, os hospitais do DF não conseguiram atender às demandas de pacientes por falta de médicos e equipamentos.