O dia da cerveja é comemorado na primeira sexta-feira de agosto, ou seja, nesta sexta (2). A data foi criada em 2007, na Califórnia, por quatro amigos. Atualmente, mais de 50 países festejam o dia da cerveja – inclusive o Brasil.
No Distrito Federal, os apaixonados pela bebida milenar (conheça a história abaixo) têm motivos para experimentar novos produtos ou apreciar os que mais gosta. Um levantamento da Associação da Cerveja Artesanal do DF (Abracerva-DF) aponta que há 30 cervejarias registradas em Brasília.
Dessas, cinco são consideradas fábricas próprias. As outras produzem em fábricas “alugadas” no Distrito Federal e também em Goiás, São Paulo e no Rio Grande do Sul.
Segundo Ronaldo Morado, autor do Larousse da Cerveja, na Europa as cervejarias são comércios comuns e familiares, como as padarias. “Se houvesse um incentivo maior para a micro indústria, com certeza teríamos ainda mais cervejarias no Brasil”, afirma.
Cervejeiros candangos
De acordo com dados da Associação Brasileira da Industria da Cerveja (Cerv Brasil), são produzidos no país 14,1 bilhões de litros da bebida por ano. No Distrito Federal, alguns fãs começaram a levar a paixão tão à sério que passaram a estudar e produzir a própria bebida.
É o caso de Paulo Cesar Borges, o PC. Em 2017, ele se mudou para a Califórnia onde se tornou mestre cervejeiro pela Universidade de San Diego.
“Eu sempre gostei de viajar e em todos os lugares que eu ia procurava conhecer as cervejas locais. Senti que aqui em Brasília não existia uma bebida com a mesma qualidade das que eu já tinha provado. Então, quis aprender a fazer”, conta PC.
Enquanto estudava, ele começou a produzir, em casa, as próprias cervejas. PC chegou a ganhar um prêmio na cidade e decidiu que era a hora de trazer o novo ofício para Brasília.
“O objetivo é oferecer ao público uma experiência de sabores e aromas.”
Ainda na Califórnia, PC começou a planejar a volta e a instalação de uma cervejaria no DF. A ideia era trazer um modelo comum nos Estados Unidos, o Brew Pub: um bar que produz a própria cerveja.
Em março de 2018, PC abriu o Hop Capital Beer. O pub funciona no mesmo lugar onde os 11 rótulos da cerveja são fabricados. A marca também é vendida em outros 150 pontos da capital.
Ana Luísa Siqueira e Tiago Mota também produzem cerveja artesanal em Brasília. O casal começou em 2017 e já tem nove rótulos próprios.
“Quando o Tiago fez o curso, era pra fazer cervejas para os amigos. Depois começamos a participar de eventos e feiras na cidade”, conta Ana Luísa.
“Quando nos formamos na faculdade e estávamos os dois desempregados, resolvemos transformar o hobby em trabalho.”
Tiago e Ana Luísa são “produtores nômades”. Eles fazem as próprias receitas, mas alugam espaço de outras fábricas para a produção.
Até quatro meses atrás, eles vendiam a produção para outras cervejarias. Mas em abril inauguraram o próprio bar, a Metanóia Tap House.
No local, além da cerveja genuinamente brasiliense, os artistas da capital também deixaram suas marcas. Toda a identidade visual – dos rótulos às paredes – é assinada por grafiteiros do DF.
Há cerca de 10 mil anos, o homem descobriu, por acaso, o processo de fermentação. Daí surgiram, em pequena escala, as primeiras bebidas alcoólicas, explica Ronaldo Morado.
A cerveja começou a ser produzida pelos padeiros, “por causa dos ingredientes que utilizavam, leveduras e grãos de cereais”.
“Os primeiros registros de fabricação de cerveja têm aproximadamente seis mil anos e remetem aos Sumérios, povo mesopotâmico.”
Documentos mostram que em 2100 a.C. os sumérios alegravam-se com uma bebida fermentada, obtida de cereais. Os egípcios logo aprenderam a arte de fabricar cerveja e carregaram a tradição no milênio seguinte, agregando o líquido à sua dieta diária, conta Morado em seu livro.
O escritor, que além de se dedicar ao estudo da bebida trabalha em uma cervejaria, aponta que a expansão definitiva da cerveja se deu com o Império Romano. “Foram eles que se encarregaram de levá-la para todos os cantos”.
Já os gauleses foram o povo que deu o nome pelo qual a cerveja é conhecida hoje. Conforme o “Larousse da cerveja”, eles se referiam à cevada fermentada como ‘cerevisia’ ou ‘cervisia’ em homenagem a Ceres, deusa da agricultura e da fertilidade.
O copo ideal para cada tipo de cerveja
A cervejaria Ambev fez um levantamento dos principais copos utilizados para apreciar a cerveja. Veja abaixo:
- Caldereta (350 ml)
É o copo tradicional do chope. O topo largo permite a presença de um generoso colarinho , que é a camada de creme espesso (espuma). - Garotinho (210 ml)
Tem o mesmo formato da caldereta, mas com o volume menor. Ideal para quem bebe devagar e não quer deixar o chope ou a cerveja esquentando em um copo grande. - Copo americano (190 ml)
O copo oficial dos botequeiros. É ainda menor do que o garotinho e tem a lateral canelada. O tamanho permite dividir uma garrafa de 600 ml entre quatro pessoas e garante que a cerveja vai permanecer gelada. - Pint (400 ml)
O termo inglês pint identifica tanto uma medida de volume (567 ml na Inglaterra, 472 ml nos Estados Unidos ) quanto o formato do copo mais usado para beber cerveja nos pubs. Por tradição, ele é largamente usado para cervejas de estilos ingleses, irlandeses e americanos. - Weiss (670 ml)
Copo longo e estreito, com boca ampla, feito especialmente para as cervejas de trigo alemãs, do estilo weissbier. Ele é grande para poder acomodar todo o conteúdo de uma garrafa de Weiss, que geralmente tem 500 ml, com a levedura que decanta no fundo e a camada de densa espuma que se forma no topo. - Tumbler (400 ml)
Copo robusto, feito com vidro espesso. No mundo cervejeiro, ele foi adotado pela witbier, a leve e condimentada cerveja de trigo belga. A boca larga libera todos os aromas desse estilo, que costuma ser feito com a adição de casca de laranja e sementes de coentro. - Taça com haste
Várias ales belgas, cervejas intensas e potentes, adotam as taças de cristal com haste e base. O formato da boca do cálice quando mais estreito concentra os aromas da bebida e permite que você beba a cerveja aos poucos, como um vinho, e com o apoio da haste, sem que o calor de sua mão aqueça demais o líquido. . - Snifter
Esta é a taça ideal para cervejas muito aromáticas, fortes e complexas. Sua boca estreita retém as substâncias aromáticas e as libera aos poucos. O bojo se encaixa perfeitamente na palma da mão. Você segura a haste entre os dedos e aquece lentamente a bebida para degustá-la com calma e com o aumento da temperatura liberar ainda mais os aromas.
Serviço
Hop Capital Beer
- Funcionamento: a partir das 18h de quarta-feira até sábado
- Endereço: SIA Trecho 17, Rua 3, Lote 160
Metanóia Tap house
- Funcionamento: todos os dias, a partir das 18h
- Endereço: CLS 207, loja 37