*Este texto foi escrito com base em informações de agências e autoridades sanitárias, hospitais e especialistas em saúde. Se você ou alguém que você conhece possui algum dos sintomas descritos aqui, nossa sugestão é que um médico seja procurado o quanto antes.
A diabetes gestacional, ou diabetes mellitus gestacional (DMG), é uma condição de resistência à insulina decorrente dos hormônios da gravidez, ou ainda, de fatores pré-existentes na gestante.
Os sintomas são silenciosos e podem ser facilmente confundidos com as manifestações da gravidez. Por isso é de extrema importância o acompanhamento médico desde o início da gestação, para que a condição seja diagnosticada o quanto antes.
Se for possível, a mulher que deseja engravidar deve fazer exames para verificar suas condições de saúde e fatores predisponentes para o desenvolvimento da DMG, e outras comorbidades maternas.
Se não acompanhada e controlada durante a gestação, o excesso de glicose circulante no sangue materno, pode causar problemas não só a ela, mas também alterações no feto, com risco de parto prematuro, pré-eclâmpsia, entre outras complicações.
Quais são os fatores de risco para a diabetes gestacional?
Desenvolver diabetes gestacional está relacionado a alguns fatores de risco que podem ser minimizados, caso a mulher que deseja engravidar faça exames antes de tentar a concepção.
Entre esses fatores estão: sobrepeso e obesidade, diabetes não diagnosticada, gravidez anterior com muito ganho de peso, síndrome dos ovários policísticos, e resistência à insulina, seja alto ou baixo, não diagnosticada anteriormente.
Os sintomas da diabetes gestacional são facilmente confundidos com manifestações da gravidez, ou ainda, pode ser assintomática. Entre os sinais de alerta estão: ganho de peso maior que o esperado, visão turva, excesso de sede, boca seca, aumento da frequência e do volume urinário.
O diagnóstico é realizado durante os exames pré-natais. Em geral, a gestante passa por três baterias de exames durante a gestação, uma em cada trimestre. Os exames de sangue, para verificação dos valores da glicemia no sangue materno, são realizados desde o primeiro trimestre da gravidez.
Se diagnosticada a diabetes gestacional, o controle de glicemia deve ser constante.Fonte: Shutterstock
Caso não ocorra alteração na contagem glicêmica no exame de sangue, durante o primeiro trimestre, a gestante passará por um teste oral de tolerância à glicose no segundo trimestre, entre a 24ª semana e a 28ª semana de gestação, para verificar as possibilidades de desenvolver, ou ter desenvolvido, diabetes gestacional.
Nesse teste, a gestante irá fazer duas, ou três coletas de sangue, dependendo do serviço de diagnóstico. A primeira coleta de sangue ocorre em jejum total de até 12 horas. Após a coleta, ela irá ingerir um líquido hiperglicêmico, que pode conter de 75 gramas a 100 gramas de glicose. As demais coletas são realizadas, 1 hora e 2 horas após a ingestão.
O diagnóstico de diabetes gestacional é realizado caso haja uma, ou mais alterações, nos valores de base para o metabolismo da glicose no organismo.
Qual o tratamento para diabetes gestacional?
Em geral, o tratamento para diabetes gestacional passa por mudança de hábitos alimentares, exercício físico e controle medicamentoso. Mas varia de pessoa para pessoa, pois há uma variação no grau de tolerância à insulina de gestante para gestante.
Em alguns casos, a prática de exercícios físicos, como a caminhada, e uma dieta balanceada, evitando o consumo de doces e carboidratos, pode ser suficiente para o controle da glicemia.
Mas em casos em que a tolerância à glicose é muito baixa, é necessário o uso de medicamentos para controle, como injeções de insulina ou medicação em capsulas e comprimidos.
O que acontece se diabetes gestacional não for tratada?
A diabetes gestacional é uma alteração metabólica no organismo materno que tem interferência direta no crescimento e desenvolvimento do feto.
Para gestantes, os riscos incluem:
- Pré-eclâmpsia, que é a condição em que há um aumento descontrolado da pressão sanguínea, que pode causar a morte do bebê e da mãe, se não houver atendimento rápido e adequado.
- Aumento da possibilidade do desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 2, meses ou anos após a gravidez.
- Aumento no número de partos cesáreos por ocorrência de bebês muito grandes, pesando acima dos 4 quilos.
Entre as intercorrências que podem acontecer com o bebê, estão: parto prematuro, hipoglicemia após o nascimento, problemas respiratórios e problemas renais, além de maiores chances de desenvolver sobrepeso e obesidade ao longo da vida, assim com síndromes metabólicas.
Devido a esses fatores, no Brasil, quando a mãe tem diabetes gestacional, a gravidez é considerada de alto risco, e deve receber acompanhamento médico especializado para esse tipo de gestação.
Com controle adequado e contínuo, as chances de que a gravidez ocorra com tranquilidade são grandes. Por isso é de extrema importância que haja acompanhamento pré-natal, pois garante que mãe e bebê serão bem acompanhados, minimizando riscos desnecessários.
Mamãe saudável, é bebê saudável e feliz!
Fontes: TecMundo / Rede São Luiz / Center for Dease Control and Prevention / Mayo Clinic