Docentes da rede pública de ensino estão em greve desde 15 de março. Justiça decretou paralisação ilegal; sindicato diz que vai recorrer.
O Governo do Distrito Federal afirmou nesta quinta-feira (30), que fará o pagamento dos dias não trabalhados pelos professores em greve somente após fim da greve e a reposição das aulas. Os docentes da rede pública de ensino decidiram continuar a paralisação, que já dura 15 dias, mesmo após a Justiça decretar a ilegalidade do movimento.
Na segunda-feira (27), o Tribunal de Justiça do DF estabeleceu o corte dos dias parados e multa em caso de desrespeito. Mesmo com a determinação, os professores decidiram manter a greve em assembleia na última quarta (29). O sindicato disse que vai recorrer da decisão judicial.
“Não vamos permitir que os professores parem, continuem recebendo seus salários e, depois, finjam que estão repondo as aulas porque muitas vezes isso acontece”, apontou o secretário.
Sérgio Sampaio disse que, nos anos anteriores, o governo pagava os servidores “apostando que depois haveria uma reposição”. A ideia agora é quitar a quantia apenas quando as aulas referentes às faltas forem feitas.
O diretor do Sinpro Samuel Fernandes afirmou que os professores têm compromisso com a reposição de qualidade das aulas. “O calendário de reposição é construído pelos gestores e comunidade escolar. Essa fala do Sampaio desqualifica professores e os gestores junto a sociedade. Ele precisa reparar isso publicamente.”
A paralisação dos docentes começou no dia 15 de março. A categoria reivindica o pagamento da quarta parcela do reajuste salarial, prometida pelo governo Agnelo, que deveria ter sido paga em outubro do ano passado. O GDF diz que não tem condições financeiras de arcar com o reajuste reivindicado pelos professores.