Após quatro sessões seguidas de queda, o dólar nem precisava de muitos motivos para subir nesta segunda-feira, 24, mas eles existiram.
As transações correntes tiveram rombo recorde em outubro, a balança comercial registrou novo déficit na terceira semana de novembro e a arrecadação federal de R$ 106,215 bilhões em outubro apresentou queda real de 1,33% ante outubro de 2013.
Além disso, o sinal que vem do exterior também é de valorização da moeda norte-americana.
O dólar à vista no balcão terminou a sessão cotado a R$ 2,5500, uma alta de 1,43%.
Por volta das 16h30, o volume de negócios estava em US$ 708,60 milhões, segundo dados da clearing de câmbio da BM&FBovespa.
No mercado futuro, o dólar para dezembro avançava 1,33%, a R$ 2,5525.
O giro era de quase US$ 13,73 bilhões. O dólar também subia ante moedas de países emergentes e exportadores de commodities, como o dólar canadense (+0,59%), o dólar neozelandês (+0,40%) e a lira turca (+0,40%).
“O déficit em conta corrente foi muito grande e a queda do dólar na semana passada foi em cima puramente de especulações. Mesmo que a nova equipe econômica seja confirmada, ninguém sabe o que eles de fato vão fazer, se vão trabalhar juntos ou se vão bater cabeça”, comenta Durval Correa, diretor da mesa de câmbio da corretora Multi-Money.
Hoje, o Banco Central divulgou que o resultado das transações correntes seguiu negativo em outubro, ao registrar um déficit de US$ 8,131 bilhões.
O resultado ficou dentro das previsões coletadas pelo AE Projeções, que iam de um saldo negativo de US$ 8,6 bilhões a -US$ 6,6 bilhões – a mediana apontava para um déficit de US$ 7,6 bilhões.
Mesmo assim, é o pior para o mês desde o início da séria histórica, em 1980, e provavelmente o maior rombo desde 1947, quando o BC começou a levantar os dados de transações correntes, segundo afirmou o próprio chefe do Departamento Econômico da instituição, Tulio Maciel.
Já o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) informou que a balança comercial teve déficit de US$ 701 milhões na terceira semana de novembro, elevando o saldo negativo no mês para US$ 2,252 bilhões.
No ano, o déficit é de US$ 4,123 bilhões.