Em um surpreende estilo cauteloso, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta segunda-feira, 16, não querer uma guerra com o Irã. Mas ressaltou que as Forças Armadas americanas são mais bem preparadas para o caso de surgir um conflito entre os dois países.
“Não quero guerra com ninguém”, afirmou a jornalistas na Casa Branca ao ser indagado sobre um possível conflito bélico depois dos ataques ocorridos no último sábado 14 contra refinarias da Arábia Saudita.
O governo dos Estados Unidos alegou haver evidências de que as armas partiram do Irã. A mesma tese foi corroborada pelas autoridades sauditas, que logo em seguida amenizaram o tom das acusações. Trump preferiu dizer que a responsabilidade pelo ataque com drones à principal refinaria saudita ainda está sendo checada.
“Com tudo o que está sendo dito, nós certamente gostaríamos de evitar (uma guerra)”, afirmou. “Eu sei que eles querem fazer um acordo”, completou o líder americano, já embrenhado em sua campanha de reeleição.
Nas últimas semanas, Trump se mostrara disposto a conversar diretamente com o presidente iraniano, Hassan Rouhani, sobre o futuro do programa nuclear de Teerã. Essa via tornou-se possível depois da demissão de seu conselheiro de Segurança, John Bolton, que adotava uma postura mais agressiva. Os Estados Unidos, porém, não acenaram com a esperada redução das sanções econômicas atualmente em vigor contra o país – o provável inibidor de uma reação favorável de Rouhani.
Trump disse que os Estados Unidos estão “melhor preparados” que o Irã, por ter “os melhores sistemas de armas do mundo”. Mas também afirmou que “não prometeu” proteger os sauditas e que pode vir a sentar-se com eles para conversar.
O autoria dos ataque foi assumida pelos rebeldes houthis, de origem xiita, que lutam pelo poder no Iêmen e contra as forças da coalizão sunita, lideradas pela Arábia Saudita. Os houthis, no entanto, são apoiados pelo governo iraniano.
(Com EFE)