Bruxelas — A Comissão Europeia começará rapidamente a trabalhar em um imposto sobre empresas poluidoras estrangeiras, disse nesta quinta-feira (3), o futuro comissário econômico e tributário da União Europeia, um movimento que pode atingir empresas norte-americanas e aprofundar a guerra comercial com os Estados Unidos.
Em sua audiência de confirmação perante os parlamentares da UE, o italiano Paolo Gentiloni também prometeu esforços fiscais “adequados” para combater a desaceleração econômica na zona do euro que, segundo ele, pode ser mais longa do que a esperada atualmente.
“Vamos tentar ser muito rápidos e eficazes em um imposto nas fronteiras de carbono”, disse Gentiloni, que assumirá o cargo em novembro.
Ele alertou sobre obstáculos legais e técnicos na elaboração da taxa, mas disse que o trabalho começará imediatamente para garantir que o imposto seja compatível com as regras da Organização Mundial do Comércio.
O imposto destina-se a proteger as empresas europeias dos concorrentes baseados em países onde os esquemas de proteção climática não são tão rigorosos. O presidente dos EUA, Donald Trump, retirou seu país do acordo internacional de proteção climática de Paris que visa reduzir as emissões de carbono.
Os comentários de Gentiloni vêm um dia depois de os Estados Unidos declararem que aplicarão tarifas de 10% sobre aviões da Airbus fabricados na Europa e 25% de impostos sobre vinho francês, uísques escocês e irlandês e queijo de todo o continente, como punição por subsídios ilegais a aeronaves da UE.