Em participação por videoconferência em evento conservador neste domingo (12), o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que a Comissão de Transparência Eleitoral (CTE), liderada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), não aceitou uma proposta que teria sido feita pelas Forças Armadas, a de viabilizar um mecanismo para a contagem simultânea dos votos.
“O próprio TSE convidou as Forças Armadas [a colaborar nas eleições]. Apresentamos sugestões. Apresentamos e no momento ele dizem que aceitaram total ou parcialmente as sugestões. Só que tem uma muito importante que amanhã eu vou me debruçar melhor sobre ela. Eles não aceitaram, ou aceitaram parcialmente, a mais importante, que é a contagem simultânea dos votos”, disse Bolsonaro no CPAC (Conferência de Ação Política Conservadora, na tradução para o português).
No último sábado (11), o ministro Edson Fachin, presidente do TSE, divulgou um documento apresentando todas as 44 propostas recebidas pela comissão, sendo 32 aprovadas total ou parcialmente, uma rejeitada e outras 11 que serão analisadas no próximo ciclo eleitoral. A proposta citada por Bolsonaro, entretanto, não está entre as listadas pelo tribunal. Clique aqui para ver todas as sugestões apresentadas.
Segundo o gabinete do presidente do TSE, dez das 32 propostas aprovadas são de autoria das Forças Armadas, ou seja, quase um terço do total.
Um dia antes de a comissão divulgar a lista das sugestões recebidas e acatadas, o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, enviou documento a Fachin cobrando que o TSE aceitasse as propostas das Forças Armadas.
Nogueira disse ainda que “eleições transparentes são questões de soberania nacional” e que “não nos interessa concluir a eleição sob a sombra da desconfiança”.
“A todos nós não interessa concluir o pleito eleitoral sob a sombra da desconfiança dos eleitores. Eleições transparentes são questões de soberania nacional e de respeito aos eleitores”, acrescentou o ministro.
Sobre o evento
O CPAC foi realizado neste fim de semana centro de convenções em Campinas, no interior de São Paulo.
Além de Bolsonaro, cuja participação não estava prevista, o evento reuniu outros nomes ligados à direita brasileira, como o ex-secretário da Cultura Mário Frias, o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, o ex-ministro da Infraestrutura e pré-candidato ao governo de São Paulo, Tarcísio Freitas (Republicanos), e os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Carla Zambelli (PL-SP) e Filipe Barros (PL-PR).
Fonte: CNN