Companhia brasileira gerenciará base de dados biométricos de 5 milhões de pessoas
São Paulo — A Griaule, empresa brasileira fundada em Campinas, em 2002, será a gerenciadora de cadastros biométricos para o Estado do Arizona, nos Estados Unidos, pelos próximos cinco anos. Em um acordo de valor estimado de 7,5 mi de dólares, a companhia ficará responsável pela base de dados de mais de 5 milhões de pessoas.
Líder do segmento, a Griaule tem mais de 4 mil clientes no Brasil, gerenciando dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), da Caixa Econômica Federal e de outro bancos — que não podem ter nomes revelados. A empresa atua em 70 países.
Sua tecnologia biométrica abrange impressões digitais (completas ou fragmentos), íris e rostos. A base de dados pode ser utilizada pelo Arizona para garantir a autenticidade de documentação de funcionários de escolas e creches para, por exemplo, certificar-se de que não hajam registros criminais impeditivos para professores. A solução também pode ser usada para identificação de suspeitos em cenas de crime.
Renato Burdin, diretor de negócios da Griaule, conta que a empresa de Campinas foi incubada na Unicamp em 2003 e hoje é independente. Ainda assim, ela se mantém próxima da universidade pelos benefícios claros de pesquisas científicas para a evolução da sua tecnologia. Para ele, quanto maior for a base de dados biométricos, melhor funcionará a sua solução tecnológica.
“Pensamos numa arquitetura que consegue lidar com grande volume de dados. O foco da Griaule é em grandes escalas. Nosso diferencial é que nossa solução foi pensada para lidar com dados sensíveis em cenários críticos, com o objetivo de atender às demandas do mercado”, afirmou Burdin, em entrevista a EXAME.
Essa não é a primeira vez que a Griaule fecha um acordo em território americano. A empresa também venceu uma licitação, em setembro do ano passado, para gerenciar dados do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Nesse caso, ela fica responsável por 50 milhões dados biométricos de cidadãos no Iraque e 30 milhões no Afeganistão.
TSE
Para o TSE, a Griaule realiza o trabalho de checagem para garantir que as pessoas sejam quem realmente dizem ser, de modo que não existam pessoas que tentem votar usando diferentes títulos de eleitor falsificados.
Os 142 milhões de eleitores brasileiros só devem estar registrados com a biometria em 2022. O trabalho, porém, é recorrente, uma vez que novos eleitores tiram o título todos os anos.
O projeto do TSE requer a autenticidade dos dados não só porque é de suma importância a garantia que não haja fraude eleitoral, mas também porque os dados poderão ser usados no novo Documento Nacional de Identificação, que substituirá RG e CPF, conforme projeto de lei aprovado no Senado em 2017.
Fonte: EXAME