Secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg; presidente turco, Tayyip Erdogan; presidente da Finlândia, Sauli Niinisto; e premiê sueca, Magdalena Andersson28/06/2022REUTERS/Violeta Santos Moura
Se confirmada, a entrada de Finlândia e Suécia na Organização do Atlântico Norte (Otan) será uma mudança geopolítica importante, segundo a professora de Relações Internacionais da Unifesp, Cristina Pecequilo.
“A presença de países nórdicos na Otan quebra um padrão de neutralidade”, avaliou, em entrevista à CNN Rádio.
De acordo com ela, ela trará consequências para os países europeus, que hoje apoiam a inclusão, já que veem a Rússia como ameaça.
“No entanto, participar da Otan significa contribuir mais financeiramente para guerras, as populações nórdicas têm vida tranquila, voltada para o desenvolvimento, talvez pagar o custo de entrar na Organização não seja visto com bons olhos no futuro.”
Diante disso, a professora destaca que “a Rússia vê isso como um estrangulamento e quebra de compromissos que vem desde a 2ª Guerra Mundial de preservar seu território.”
“A Finlândia é mais importante nesse redesenho do mapa estratégico, a Suécia é relevante, mas nunca foi vista como ameaça pela Rússia no contexto histórico, pela posição territorial, a Finlândia teria mais impactos na situação russa”, completou.
Na terça-feira (28), a Turquia retirou suas objeções à adesão da Finlândia e da Suécia à Otan, preparando o terreno para que os dois países neutros de longa data entrem no bloco defensivo.
Para Cristina, se a guerra na Ucrânia se estender até o inverno, as “consequências políticas para os líderes europeus serão maiores, percebemos na prática com Macron, que se reelegeu na França, mas fracassou nas eleições parlamentares.”
“A fragmentação ocidental é real, companhias que saem da Rússia também estão sofrendo com a perda de mercados, além de um elevado nível de desemprego em potências como a Alemanha”, completou.
Por CNN