Ingresso será 2 kg de alimentos não perecíveis ou R$ 30, entrada inteira. Espetáculos serão de 12 a 16 de dezembro às 20h.
Começa a partir de segunda-feira (12) a tradicional semana de espetáculos dos alunos da Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello, no Distrito Federal. Durante cinco noites, a partir das 20h, os mais de 1.200 estudantes irão se dividir em cerca de 80 grupos para apresentações de repertório livre.
Entre eles está o professor de matemática Allan Alves Ferreira, que há quatro anos estuda violino na Escola de Choro. “Essa é uma época importante. Tem muito ensaio e tem que ter compromisso, mas também é quando se reforçam as amizades e a gente percebe se o ano de estudos valeu a pena”, afirma.
Ferreira diz que o ensino do violino ligado ao Choro é uma inovação da Escola Raphael Rabello, uma vez que geralmente o instrumento é ligado às orquestras e à música clássica. Na terça-feira (13), ele e o grupo irão apresentar as músicas “Choro Sonoroso”, de K-Ximbinho, e “Benzinho”, de Jacob do Bandolim.
Segundo o coordenador da escola, Henrique Neto, o repertório escolhido pelos alunos é aberto e bastante variado: vai de Pixinguinha a Paulinho da Viola. Isso seria um reflexo de uma política institucional. “A nossa ideia é fazer com que compositores como Jacob do Bandolim, Pixinguinha, Chiquinha Gonzaga e tantos outros cheguem cada vez mais a um público maior.”
No início, em 1998, a escola contava com 23 alunos. Atualmente já são mais de 1.200, e o próximo projeto é o lançamento em abril de 2017 do livro “Manual do Choro”. “A gente procurou sistematizar em método de ensino a experiência dos quase vinte anos da escola em Brasília”, afirma Neto.
O coordenador disse ainda que a obra é bilíngue, porque um dos objetivos é também expandir o ensino do choro para um público estrangeiro.
Sobre a semana de encerramento, Neto destaca que esse é um dos momentos mais importantes da escola, quando os alunos finalmente conseguem sentir a emoção de subir no palco. Para professores e a organização, este também é um momento de grande satisfação.
“Ver agora uma geração incrível com menos de 20 anos tocando choro é uma enorme recompensa. Além disso, é muito bom ver alunos de todas as idades deixando o choro vivo”, afirma o coordenador da escola.
O Espaço Cultural do Choro, que inclui a Escola e o Clube, ganhou em 2015 o prêmio “Caso de Sucesso” do Ministério da Cultura. Atualmente Henrique Neto acredita que a estrutura criada já permite que os músicos com vocação encontrem no Clube do Choro e na Escola Raphael Rabello oportunidades de emprego.
“É o que chamamos de círculo virtuoso. Nós acabamos nos realimentando e os músicos já vão sendo direcionados. Muitos dos nossos professores foram nossos alunos”, declarou.
A escola oferece cursos de acordeon, bandolim, cavaquinho, cajón, clarinete, flauta transversal, gaita cromática, gaita diatônica, pandeiro, percussão, sax alto, sax tenor, viola caipira, violão de seis e sete cordas e violino. Também são oferecidos cursos sobre a história do choro e música e cultura popular brasileira, além de aulas de musicalização para crianças acima de 6 anos.
A renovação da matrícula e a inscrição de iniciantes poderão ser feitas no site da escola até 16 de dezembro. Os pedidos para teste de nivelamento devem ser enviados até 31 de janeiro, também pelo site. Somente os pagamentos, tanto para o nivelamento como para as matrículas, é que são realizados na secretaria da escola.
O curso básico consiste em duas aulas por semana, sendo uma teórica e outra prática no instrumento escolhido. Uma vez por mês são realizadas as chamadas “Rodas de Choro”, para que os alunos se apresentem em conjunto. Além disso os estudantes podem participar de cursos e shows organizados pelo Clube do Choro.