Nestes tempos de crise política, traições e alianças raquíticas, a escolha do vice representa a garantia de um braço direito ou a sentença de concorrer a uma eleição ao lado do inimigo.
Oito candidaturas de médio e grande porte para o Governo do Distrito Federal já estão nas ruas e nas redes sociais. Mas apenas duas delas incluem os pretendentes ao cargo de vice-governador. Nestes tempos de crise política, traições e alianças raquíticas, a escolha do vice representa a garantia de um braço direito ou a sentença de concorrer a uma eleição ao lado do inimigo.
Estão em aberto as pré-candidaturas para o vice do General Paulo Chagas (PRP), Alexandre Guerra (Novo), do governador Rodrigo Rollemberg (PSB), Izalci Lucas (PSDB), Jofran Frejat (PR) e Peniel Pacheco (PDT). Por outro lado, Fátima Sousa (PSOL) definiu como postulante ao posto a correligionária Keka Bagno. E o ex-deputado e ex-secretário Alírio Neto (PTB) é o vice de Eliana Pedrosa (Pros).
Com o apoio do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), que pontua bem entre os eleitores brasilienses no momento, Paulo Chagas ganhou também uns pontos no tabuleiro pré-eleitoral, mas ainda não tem vice. Segundo o general, seu vice não será um personagem figurativo, limitado a gerenciar o Executivo na ausência do governador. O militar quer um segundo em comando para arregaçar as mangas e ajudar na gestão.
“Eu não tenho estratégia. Tenho o critério. Para mim, o vice-governador seria como, no exército, o chefe do Estado-maior. Alguém que acompanha tudo no governo. No organograma atual o vice não faz absolutamente nada. Isso está errado. Se justifica quando o vice está lá apenas por um acordo politico, para prestigiar um determinado partido ou político”, comentou.
Focado na redação do plano de governo, Alexandre Guerra admite que provavelmente o vice será um nome do próprio Novo. O partido mantem diálogo com lideranças de outras agremiações, mas não encontra eco com as cúpulas das siglas.
“O Novo tem muita dificuldade com esse fisiologismo político. Os partidos estão preocupados em fazer loteamento futuro”, garantiu. Neste sentido, a tendência é uma solução caseira. “O vice tem que ser alguém capaz de contribuir, haja vista a situação atual do governador e do vice-governador. Seja para o bem, seja para o mal, é um desalinhamento total. Fica claro que a escolha foi eleitoral ao invés de uma escolha programática”, julgou.
Inicialmente, o vice de Izalci será indicado pelo PRB. Caso o presidente regional do partido, Wanderley Tavares, tope a eleição a questão está definida. O plano B seria a indicação de outro correligionário. Mas, a sugestão será avaliada pelo PSDB e os aliados PPS e PSD. Por fim, caso o PRB não faça a indicação, está em estudo a apresentação do ex-ministro do Tribunal de Contas da União, Valmir Campelo. O PDT busca um vice entre os partidos da centro esquerda.
Composições demoram a ganhar força
O projeto de reeleição do governador tem como prioridade absoluta ganhar musculatura e competitividade. Por isso, a pré-candidatura para o cargo de vice-governador está na mesa de negociações. De início ao menos, a vaga pode ir ao primeiro e único partido a dar apoio até o momento: o PV.
“A grande probabilidade é que seja o presidente regional, Eduardo Brandão. O PV vem mostrando muita coerência com suas críticas e sua companhia. Existem espaços para diálogo com a possível aliança. Vão ajudar a preencher as vagas de vice, Senado, e suplências. O único cargo preenchido, até o momento, é o do governador Rollemberg”, comentou o presidente regional do PSB, Tiago Coelho.
No campo de Frejat, a definição do nome enfrenta um impasse nos bastidores. A indicação é do MDB, mas os nomes propostos não deram liga. Extra-oficialmente, o candidato não os descarta, mas ainda quer avaliar outras opções.
Circulam as propostas de Ibaneis Rocha e Érica Filippelli, nora do presidente regional Tadeu Filippelli. Frejat teria demonstrado interesse no deputado distrital Wellington Luiz. Mas, aí, o partido estaria pisando no freio, pois conta com ele para a Câmara Legislativa.