Manifestantes puseram cartazes de apoio ao governo em frente ao Planalto. Polícia diz que 18 ônibus com manifestantes chegaram ao Mané Garrincha.
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Manifestantes usaram cartazes com a mensagem contra o impeachment para formar a mensagem “Dilma fica” em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília, na manhã desta quarta-feira (31). Eles afirmaram que pretendem confeccionar “Fora, Cunha”, em alusão ao presidente da Câmara dos Deputados, até o fim da manhã.
Por causa da manifestação, todos os retornos da Esplanada dos Ministérios foram fechados – a única exceção é a passagem em frente à Alameda dos Estados, rua que reúne bandeiras das unidades da federação em frente ao Congresso Nacional.

A Polícia Militar informou que diversos ônibus com manifestantes pró-PT chegaram ao Estádio Nacional Mané Garrincha desde a madrugada. Até as 8h20, havia 18 no local. O grupo carregava colchões e panelas.

Pesquisa e processo
Pesquisa Ibope divulgada nesta quarta-feira (30) mostra que 69% dos entrevistados desaprovam o governo Dilma. Nesta terça, o PMDB oficializou o rompimento com a gestão. A orientação é de que os seis ministros da legenda deixem o cargo. Presidente do partido e vice-presidente da República, Michel Temer permanece na função sob a alegação de que foi eleito.
O Planalto tenta montar uma estratégia a fim de fazer com que, diante do rompimento do PMDB com o governo, a presidente Dilma passe a contar com o apoio de outros partidos e parlamentares no Congresso Nacional. Na prática, o Executivo está disposto a negociar cargos que serão deixados por integrantes do partido para garantir o apoio necessário para barrar o processo de impeachment.
A instalação da comissão especial que analisa o processo de impeachment aconteceu no dia 17 de março. Desde então a presidente Dilma tem dez sessões do plenário da Câmara para apresentar sua defesa. O colegiado terá cinco sessões depois disso para votar parecer pela continuidade ou não do processo de impeachment.
Após ser votado na comissão, o parecer sobre o pedido de impeachment segue para o plenário da Câmara, que decide se instaura ou não o processo. Para a instauração é preciso o voto de 342 deputados.
O Senado pode invalidar essa decisão da Câmara. Se avalizar, a presidente da República é afastada por 180 dias, enquanto durar a análise do mérito das acusações contidas no pedido de impeachment.