Apenas com a fome, mas sem nenhum ideal, o que há são motins, e não revoluções.
Jacinto Benavente
Tenho muita fome, tenho fome de tudo!
De esperança, de paz, de afeto, de alegria…
Fome de poesia, fome de aconchego.
Ouçam-me! Tenho fome de cidadania!
De tudo o que é essencialmente necessário…
Saúde, moradia, trabalho, educação…
Estou saciado do silêncio, quero falar!
Falarei da minha fome de denunciar
Que o Brasil é rico em sua economia
E paupérrimo no seu desenvolvimento!
Estou saciado do silêncio, quero gritar!
Preciso encontrar forças para protestar
Contra a desvalorização da educação,
Em favor do ensinar e aprender com amor…
Estou saciado do silêncio, quero sua atenção!
É vergonhosa a mercantilização da saúde,
A crescente precificação de um viver digno
E a hedionda sangria oriunda da vil corrupção!
Estou saciado do silêncio, desejo confessar!
Do puro alimento da cultura necessito
Imploro pelo pão da paz e da não violência,
Da clareza política e da democracia real…
De quanta inanição sofre o nosso povo?
Imploro, devemos buscar o alimento do que é novo!
Tenhamos fome das transformações necessárias!
– Antônio Artequelino