Realidade é a mesma em 50 dos 80 países analisados em estudo da OpenSignal; vantagem das redes móveis deve aumentar com chegada do 5G
São Paulo — Nem sempre o Wi-Fi é a melhor escolha para usar a internet no celular no Brasil. Um estudo divulgado nesta semana pela OpenSignal, empresa britânica que mapeia a cobertura de redes sem fio no mundo todo, revelou que, por aqui, o 4G é mais rápido do que a internet oferecida por roteadores ligados a conexões cabeadas. Segundo a análise, a velocidade da rede móvel para downloads é, em média, 4,5 Mbps mais alta do que do Wi-Fi.
A realidade é a mesma em 50 dos 80 países que entraram no estudo da companhia. Em boa parte deles — inclusive em alguns desenvolvidos, como França e Austrália —, a diferença é ainda maior. No país da Oceania, o LTE é 17,5 Mbps mais rápido do que o Wi-Fi, em média.
A análise lista três motivos para essa vantagem da conexão 4G nesses países. O principal é a facilidade que operadoras têm para disponibilizar novas redes móveis para clientes. É mais fácil, segundo o estudo, instalar novas antenas do que levar fibra óptica para melhorar o Wi-Fi de todos os clientes, que ficam presos aos planos de banda larga com poucos Mbps de velocidade. É algo visível aqui mesmo no Brasil. Para ficar só em dois exemplos, a TIM já cobre mais de 3 mil municípios do país com a internet de quarta geração, enquanto a Vivo dizia, ainda em janeiro, que oferecia a tecnologia a 84,5% da população brasileira.
As outras duas razões têm a ver com o design dos próprios smartphones. De acordo com a OpenSignal, o Wi-Fi já não é mais uma prioridade para as fabricantes, que não focam mais tanto nas antenas e outras peças dedicadas à tecnologia. Basta ver como ainda há aparelhos no mercado não compatíveis com a frequência de 5 GHz dos roteadores, bem menos congestionada (e potencialmente rápida) do que a de 2,4 Ghz.
Essa vantagem das conexões de dados móveis sobre as redes de roteadores deve aumentar ainda mais com a chegada iminente do 5G. Ainda que a implementação de fibra óptica esteja crescendo — nos EUA, a expectativa é de que as conexões do tipo pulem de 4,5% para 23,2% até 20215 —, o processo é consideravelmente mais lento. “Operadores e fabricantes de smartphones devem reavaliar suas estratégias de Wi-Fi”, resume a OpenSignal, “para garantir que celulares de seus clientes não sejam empurrados acidentalmente para uma rede Wi-Fi pior do que uma conexão móvel”.