Competição selecionará 10 ideias para dois dias de evento. Campeão receberá suporte para tirar que projeto do papel, incluindo ajuda de mentores e consultores de negócios.
Terminam nesta quarta-feira (24) as inscrições para a segunda edição do Maratona Ignition, competição de startups que acontece no Distrito Federal entre os dias 3 e 4 de junho. O evento quer acelerar negócios e empresas em desenvolvimento na capital e, neste ano, escolheu como tema o “mercado canábico legalizado e o empreendedorismo”.
O gênero de plantas Cannabis é formado por três variedades, sendo que uma delas corresponde ao que é chamado de maconha. Apesar de o consumo ser proibido na maior parte dos países, há iniciativas que usam as fibras do cânhamo para produzir roupas e cosméticos, por exemplo. A competição deve focar nesse tipo de uso.
A inscrição deve ser feita no site do evento, e inclui uma taxa de R$ 50 a R$ 120. A lista de selecionados será divulgada no próximo sábado (27).
A organização vai eleger as 10 ideias mais promissoras, que terão dois dias de imersão de conteúdo “com mentoria e workshops”. O projeto que melhor se desenvolver – mostrando que será autossuficiente, autossustentável, capaz de ser rentável – será considerado o vencedor. Daí, o empreendedor deve receber suporte para tirar a ideia do papel.
O publicitário Enrico Pieratti está inscrito para essa edição do evento. Sua ideia é desenvolver um blog que desmistifique a cultura da cannabis em Brasília. O blog já está no ar, e ele conta que busca “ajudar a mudar a ideia da população sobre a planta”.
“Já conversei com outras pessoas que querem empreender no ramo, mas não conheço muitas que já conseguiram empreender. O mercado é muito novo”, diz Pieratti.
Tendência de mercado
Organizador do evento, o advogado Fernando Santiago disse que o objetivo principal é “reunir um grupo de empreendedores que tenham interesse no assunto e queiram acompanhar essa nova tendência”.
Ele diz que o mercado é promissor e também está se desenvolvendo no exterior. Santiago estima que, em dois ou três anos, também possam ocorrer mudanças quanto a legalização da Cannabis no Brasil.
“Quando a gente fala desse mercado, a gente não fala em legalização, mas sim de regulamentação. É, no mínimo, seguir as regras do álcool e tabaco, com acompanhamento da Justiça.”
Santiago participa de um grupo de advogados que pede uma reforma da política de drogas no país. “Nos últimos três anos temos visto mais abertura para isso. Já vimos pesquisas populares na Câmara e Senado com uma aceitação melhor. Hoje, já são três pessoas com autorização para plantio, para fins medicinais”.
Outros exemplos, que segundo ele, mostram avanços nessa temática são a liberação da Marcha da Maconha em 2011 e o aumento de notícias relacionadas ao assunto. Ainda de acordo com o advogado, certos produtos como fertilizantes próprios já são liberados para venda no Brasil.