Ele estava preso desde dia 23, em operação que apura fraudes no Mané Garrincha. Juiz também liberou dono da Via Engenharia e ex-presidentes da Novacap e da Terracap.
O ex-governador do Distrito Federal Agnelo Queiroz foi liberado nesta quarta-feira (31) pela manhã. Ele estava preso desde o dia 23 na operação Panatenaico, que investiga um esquema de corrupção na reforma do estádio Nacional Mané Garrincha. A decisão é do desembargador Federal Néviton Guedes, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, tomada ainda nesta quarta pela manhã. A Polícia Civil informou que Agnelo foi solto poucas horas depois.
Ao decidir por liberar o ex-governador da prisão temporária, a Justiça acatou os argumentos de que ele não é mais político, que não tem mais contato com nenhum outro dos envolvidos, que ele abriu mão dos sigilos bancários e fiscal e que as diligências da operação já terminaram. “Ele já se encontra em casa e deve falar com a imprensa ainda na tarde desta quarta”, disse um dos advogados de Agnelo ao G1, Paulo Guimarães.
Além de Agnelo, também foram liberados o dono da Via Engenharia Fernando Queiroz, a ex-presidente da Terracap Maruska Lima de Souza e o ex-presidente da Novacap Nilson Martorelli – cuja defesa não quis se manifestar. A medida não se estende aos outros seis detidos – ou seja, o ex-governador José Roberto Arruda, o ex-vice-governador Tadeu Filippelli e os demais suspeitos seguiam presos até a última atualização desta reportagem.
Agnelo e os outros dois suspeitos estavam detidos no Departamento de Polícia Especializada, onde foram transferidos depois de passarem quatro dias na Superintendência da Polícia Federal em Brasília.
“A decisão foi técnica, isenta, extremamente bem fundamentada, demonstrando o respeito ao Estado de Direito, ainda que em épocas onde ele mais é atacado”, afirmou um outro advogado de Agnelo, Daniel Gerber. Ele foi o responsável pelo pedido de habeas corpus na Justiça Federal.
No dia da operação, foram expedidos ao todo dez mandados de prisão temporária. Além de Agnelo, Arruda e Filippelli, também foram detidos ex-secretários desses governos, ex-diretores de empresas públicas envolvidas na licitação e empresários citados como operadores.
Entenda a operação
- A PF suspeita que a reforma do Mané Garrincha tenha sido superfaturada em R$ 900 milhões
- Dois ex-governadores do DF e um ex-vice foram presos, suspeitos de receber propina do esquema
- O ex-governador José Roberto Arruda é apontado como quem bolou a fraude à licitação
- O ex-governador Agnelo Queiroz atuou “retirando obstáculos” às obras, segundo a Justiça
- O ex-vice Tadeu Filippelli é suspeito de receber propina para o PMDB
- A Justiça bloqueou R$ 26 milhões dos três