O Exército do Egito estipulou prazo de 48 horas para que a classe política atenda aos anseios da população, e assim terminem os protestos que tomam conta do país. “Se as reivindicações do povo não forem cumpridas durante este período, [as Forças Armadas] irão anunciar um roteiro de ação e medidas para supervisionar a sua aplicação”, disseram os militares, em texto. Após a declaração, cinco ministros, um conselheiro presidencial e um governador pediram demissão.
No domingo (30/6), milhares de pessoas se concentraram na Praça Tahrir, no centro do Cairo, e em outras cidades para protestar contra o presidente Mouhamed Mursi, eleito há um ano após a queda de Hosni Mubarak. Os manifestantes alegam que o presidente não resolveu os problemas econômicos e cobram a renúncia de Mursi.
De acordo com o Ministério da Saúde do Egito, foram registradas, pelo menos, 16 mortes e 781 feridos nos protestos.
A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu aos egípcios que busquem o diálogo e a não violência. Para a entidade, as atuais manifestações irão repercutir nos demais países da região. “O mundo observa o Egito e o que o Egito vai fazer do seu processo de transição terá um impacto importante nos outros países da região”, disse o porta-voz adjunto do secretário-geral da ONU, Eduardo del Buey. “A estabilidade e a segurança do Egito são essenciais para a estabilidade e a segurança regionais”, acrescentou.