Mel e ferroadas são a marca registrada das abelhas para a imensa maioria das pessoas. Porém, a grande capacidade polinizadora desse inseto é a sua mais importante função na natureza. Dela depende a sobrevivência de muitas espécies, incluindo os humanos. “Se as abelhas desaparecessem da face da Terra, a espécie humana teria somente mais quatro anos de vida. Sem abelhas, não há polinização, ou seja, sem plantas, sem animais, sem homens.” Tal assertiva, creditada ao físico alemão Albert Einstein, ilustra bem o papel vital exercido por esses insetos.
Nesse contexto, o cenário atual não é de tranquilidade. Isso desde que, em 2011, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês) emitiu um alerta sobre as consequências que o sumiço das abelhas pode causar. O desaparecimento de colônias desses animais, antes limitado à Europa (onde o fenômeno começou a ser notado no fim da década de 1960) e à América do Norte, ultimamente está sendo também observado na África (Egito) e na Ásia (China e Japão).
Pesquisadores da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, estimam que um terço dos alimentos consumidos pelo homem são diretamente dependentes do papel das abelhas na natureza, e que elas são responsáveis pela polinização de 80% dos cultivos existentes. As monoculturas, a intensificação do uso de agrotóxicos e as queimadas são prováveis causas da diminuição acelerada desses insetos. A domesticação para a produção de mel também é citada, visto que, nesse caso, as espécies descendentes geralmente não conseguem mais sobreviver na natureza. A recente guerra no Iraque, com uso de explosivos em larga escala, causou a diminuição de 90% das colônias naquele país, dizem os cientistas americanos.