Sem regularização e, consequentemente, sem obras de captação pluvial, Vicente Pires tem 155 áreas de risco. Nesses locais, construções podem desabar por conta, principalmente, de enxurradas. Segundo levantamento da administração regional e da Defesa Civil do Distrito Federal, grande parte desses assentamentos fica em pontos mais baixos e mais carentes da cidade, nos bairros Vila São José e Colônia Agrícola Samambaia.
As áreas mais nobres da região administrativa também sofrem com as chuvas. A cada tempestade, a fina camada de asfalto das ruas 3, 8, 10 e 12 se descola e provoca crateras por todo o trajeto. Segundo o administrador de Vicente Pires, Glênio José da Silva, obras significativas para mudar a situação da região só acontecerão em 2015.
Os moradores conquistaram, em abril do ano passado, a licença ambiental e o projeto urbanístico da região, que prevê um sistema de captação de águas pluviais. A verba destinada para as obras é de cerca de R$ 420 milhões. Porém, de acordo com uma nota divulgada pela Secretaria de Obras do DF, a licitação que escolherá a empresa para executar os trabalhos só acontecerá após uma assinatura do contrato de financiamento com o Ministério das Cidades, ainda sem data marcada. E a empreiteira que vencer o certame só poderá trabalhar no período de seca.
Glênio pede paciência. Enquanto a licitação não acontecer, ele garante que a administração continuará recapeando as vias. “O problema é que somos uma cidade feita de trás para frente. Construímos sem autorização, e fica muito mais difícil regularizar uma região erguida dessa maneira. Por enquanto, tomaremos medidas paliativas para minimizar os transtornos da população. Quanto às áreas de risco, estamos estudando um local para assentar as famílias que necessitarem”, garante.