A família do jovem José Chaves Alves Pereira, que morreu após um disparo feito por engano por um policial militar, afirmou nesta sexta-feira (5) que vai entrar com processo judicial contra o estado e a Polícia Militar do DF.O irmão mais novo da vítima, Welington Chaves Pereira, disse que a família vai buscar justiça. “Perdi a metade da minha vida. Essa pessoa tem que pegar pelo que fez.”
Segundo a cunhada do jovem, Adriana Gomes da Cruz, a família vai esperar pelo menos mais uma semana para decidir como o processo vai seguir. “Com certeza vamos lutar para conseguir justiça”, disse.
O delegado Marcelo Portela, da 24ª DP, informou que o policial que atirou em Pereira será indiciado por homicídio doloso e por tentativa de homicídio dolosa pelo tiro que atingiu de raspão a jovem Karla Pamplona, que dirigia o veículo. “Vamos esperar o resultado dos exames periciais para fazer o indiciamento.”
O jovem foi enterrado nesta sexta-feira (5) no Cemitério Campo da Esperança, em Brasília. Durante o velório, amigos e familiares pediram justiça.
Algumas das pessoas presentes usavam camisetas com a foto do estudante na frente e a frase “Ter um amigo é com encontrar um tesouro. Eternamente, Ligeirinho” nas costas.
O apelido “Ligeirinho” surgiu das quadras de futebol, de acordo com o amigo de infância Rafael Oliveira. “Se ele [José] pegasse a bola ninguém conseguia roubar. Ele corria muito.”
No momento em que o caixão foi retirado da capela, o jovem foi saudado com palmas. Os amigos do futebol entoaram gritos de guerra do time onde Pereira jogava.