“Deve ter pelo menos umas 30 obras nessa situação. Do lado mesmo da igreja tem uma. Por que só a nossa é alvo dessa ação? Vou entrar com os recursos cabíveis, mas, se precisar, vamos entrar na frente das máquinas”, fala Gomes.
Para o frequentador do espaço Denis Cardoso, a cataquese e as celebrações aos domingos são práticas para os condôminos. “É muito bom ter uma escola dominical perto de casa para levar os filhos. Ficamos muito chateados com essa ação.” Desde sexta, os fiéis começaram um abaixo-assinado e já recolheram mais de mil assinaturas contra a demolição.A coordenadora de fiscalização de obras da Agefis, Maria Aparecida Albuquerque, afirma que a iniciativa foi tomada porque a ordem de embargo foi ignorada e a área não é passível de regularização por parte da Administração Regional de Sobradinho. Isso acontece devido ao fato de o condomínio, de 148 mil hectares, ser irregular. Criado em 1992, ele tem cerca de 10 mil moradores e 1,9 mil casas construídas.”Além de o espaço ter característica essencialmente residencial, qualquer obra tem de ter planejamento urbanístico, independente da finalidade. Há processos e embargos contra outras construções no condomínio também. Não é nada contra a igreja por ela simplesmente ser uma igreja”, diz Maria Aparecida Albuquerque.
Para a síndica do RK, Vera Barbieri, que não frequenta o templo, não há a perseguição religiosa alegada por alguns fiéis. “Eles não incomodam ninguém. Segundo uma pesquisa interna nossa, mais de 50% dos moradores são católicos.”
Ela confirma as notificações para várias construções no residencial, porém questiona o impasse criado entre a administração e a Agefis.”A gente vai na administração buscar alvarás de construção, como exigido pela Agefis, mas não consegue porque o condomínio está no processo de regularização e é questionado pela Terracap. Mesmo não regularizados, buscamos fazer tudo da forma correta. Queremos caminhar na legalidade. Não tem como o Estado desmontar, já está consolidado.”