Dupla gravou disco com 10 faixas que agora será apresentado no Clube do Choro
Entre os músicos brasilienses da nova geração, o violonista Guinga e o multi-instrumentista Hermeto Pascoal são uma quase unanimidade e citados frequentemente como referências. O gaitista Gabriel Grossi e o violonista Félix Junior, por exemplo, deixaram clara a admiração pelos dois, levando-a às últimas consequências.
No segundo semestre do ano passado, entraram no estúdio Casa do Som, para gravarNascente — A música de Hermeto Pascoal e Guinga, álbum com 10 faixas, lançado pela Biscoito Fino, que será apresentado de hoje a sexta-feira, às 21h, no Espaço Cultural do Choro, em show pelo projeto Tributo a Paulinho da Viola.
Considerado um dos maiores representantes da harmônica em todo o mundo, Gabriel percorre caminhos inusitados para inserir seu instrumento no rico universo da MPB. Com esse projeto, ele e Félix buscam mostrar a profunda afinidade com a música criada pelos dois mestres. “São dois gênios que influenciaram diretamente várias gerações de instrumentistas brasileiros, entre os quais nos incluímos”, afirma Gabriel.
Segundo Félix — visto pela crítica como uma das melhores revelações do violão 7 cordas no país — , o que eles fizeram nessa homenagem foi fazer releituras, com novos arranjos, para temas da lavra de Guinga e Hermeto. “Tivemos o máximo prazer de regravar essas duas figuras ímpares da nossa cultura, que contribuem decisivamente para construir a identidade da música instrumental brasileira”.
Para reverenciá-los, Gabriel e Félix compuseram Domingo Pascoal e Selva de pedra. Esses dois temas se juntam no repertório aos de autoria dos homenageados, como Senhorinha e Baião da Lacan, feitas em parceria com Paulo César Pinheiro e Aldir Blanc, respectivamente; O farol que nos guia e Suite Norte Sulk Leste Oeste, somente de Hermeto.
Gabriel e Félix são parceiros desde a adolescência. “O Félix estava chegando a Brasília, vindo de São Paulo, e o conheci na BSB Musical, na Asa Norte. Ao ouvi-lo tocar, me aproximei e comecei a apreciar o som que ele tirava do violão e passamos a conversar sobre música. Naquele momento surgiu uma amizade que se fortificou”, lembra Gabriel.