Ação distribuiu 200 bolas para a população. Trabalhadores aproveitaram para divulgar a Copa Gari 2018, marcada para agosto.
A combinação de verde e amarelo que tomou conta do país na preparação para a Copa do Mundo ganhou a companhia do laranja, nesta quinta-feira (14), na Rodoviária do Plano Piloto, em Brasília. Garis uniformizados que vão participar da Copa Gari 2018 – marcada para 26 de agosto – fizeram embaixadinhas e distribuíram 200 bolas para os passageiros.
Entre olhares curiosos e telas de celulares, os garis – que driblam a rotina extenuante do ofício para conseguirem jogar futebol, ao menos, uma vez por semana – mostraram lances, dribles e até chamaram a população para uma “peladinha” na plataforma superior da rodoviária.
“Olha, não é por nada não, mas o Tite está perdendo em não chamar a gente para a seleção brasileira”, brincou Hemerson da Silva, que atua como meia-direita no time Sustentare Esporte Clube.
Hemerson trabalha como gari há 6 anos. Nasceu no Piauí, mas decidiu mudar-se para Brasília em busca de emprego. Hoje, mora no Céu Azul – cidade goiana do Entorno do Distrito Federal. Apaixonado por futebol, ele disse que, “como bom brasileiro, nunca perde as esperanças”:
“O 7×1 ficou no passado. Futebol é momento, é presente. Não podemos deixar o passado nos atingir. Nossa seleção é nova e joga muito. Ela tem tudo para ser campeã.”
Mantendo o otimismo, o meia ainda arriscou um palpite para o primeiro jogo do Brasil no Mundial da Rússia. Segundo ele, a seleção canarinho vai derrotar a Suíça por 3 a 1.
Já Johnatan Reis, que joga como zagueiro no Sustentare Esporte Clube, afirmou estar desanimado com a performance brasileira e só quis arriscar o resultado do próprio time no campeonato local: “Aí é certeza que vamos ganhar”.
Após a performance na rodoviária, os garis subiram em 15 caminhões de lixo, que receberam adesivos da bandeira do Brasil, e percorreram em carreata os principais pontos turísticos da cidade. As cores do uniforme laranja invadiram o Eixo Monumental, a Catedral de Brasília, o Congresso Nacional e o Teatro Nacional.
“Muita gente só se lembra do gari quando há uma paralisação da categoria e o lixo começa a se acumular na rua. Essa Copa e essa intervenção aqui são formas de apoiar a nossa profissão”, disse Hemerson da Silva.
Presença feminina
Durante a distribuição das bolas, a orientadora profissional Dayana Bárbara Coqueiro, 32 anos, desafiou o time de garis e, na disputa de embaixadinhas, arrancou aplausos dos pedestres que passavam pela área central de Brasília.
Ela joga futebol desde os 8 anos de idade e deixou uma sugestão para os organizadores do campeonato de garis: “Tinha que ter a Taça Gari Feminina de Futebol.”
De acordo com a coordenadora de recursos humanos da Sustentare Saneamento, empresa responsável pelo evento, a ideia de Dayana deverá ser acatada na próxima edição do campeonato.
Copa Gari DF
Esta é a segunda edição do campeonato, que está marcado para começar em 26 de agosto. Os times vão concorrer a prêmios de até R$ 5 mil.
As partidas de abertura e encerramento estão marcadas para o Estádio Nacional Mané Garrincha. O torneio será no formato mata-mata e os jogos terão entrada gratuita.