O IPCA-15 de janeiro ficou em 0,30%; Com altas em frutas, batata e cebola, o setor de alimentos pesou no orçamento
A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) em março foi de 0,30%, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 23. É o menor resultado registrado para o mês desde 1995. O indicador é considerado uma “prévia” da inflação oficial do mês em que é divulgado. A gasolina foi o item que mais registrou queda no período, de 2,73%.
No começo do ano, a Petrobras baixou o preço do combustível vendido nas refinarias ao menor valor, desde 2017, vendido a 1,4337 reais por litro. A queda dos preços na ponta da cadeia dessa vez foi sentida nas bombas e chegou ao consumidor final. Segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), o valor médio do combustível no país foi de 4,258 na semana entre os dias 13 e 19 de dezembro. Na segunda quinzena de dezembro, o combustível custava 4,365 em média no Brasil.
Segundo o IBGE, os preços do etanol (-1,17%) e do óleo diesel (-3,43%) também caíram, contribuindo para o resultado de -2,4% dos combustíveis. Completam as baixas no setor de transportes os preços de passagens aéreas (-3,94%), que haviam subido 29,61% em dezembro.
Em comparação com o período anterior, dezembro, o IPCA-15 teve aceleração, já que havia registrado deflação de -0,16%. Segundo o IBGE, o setor de alimentação teve alta nos preços nas primeiras semanas de janeiro e pesou no resultado. A inflação oficial do Brasil em 2018, IPCA, fechou em 3,75%.
O principal responsável pela alta do IPCA-15 no mês foi o setor de alimentos e bebidas foi a foi o grupo alimentação no domicílio (1,07%), influenciado pela subida dos preços das frutas (6,52%) e carnes (1,72%), cebola (17,50%) e batata-inglesa (11,27%). Já a alimentação fora de casa mostrou leve desaceleração, de 0,58% em dezembro para 0,53% em janeiro.
Responsável por fortes altas no grupo Habitação (0,08%) em meses anteriores, a energia elétrica (-0,73%) caiu pelo quarto mês consecutivo, embora menos intensamente que em dezembro (-3,61%). Já o grupo Saúde e cuidados pessoais (0,68%) teve o segundo maior impacto positivo no índice do mês (0,08 p.p.), com destaque para os itens de higiene pessoal, que subiram 2,23% em janeiro.
O cálculo do IPCA-15 leva em consideração os valores da segunda quinzena do mês anterior e da primeira quinzena do mês em que é divulgado (de 13 de dezembro de 2018 a 15 de janeiro de 2019). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.
Fonte: Portal Veja