Parcela do 13º de aniversariantes e acerto da aposentadoria não caíram. Horas extras da saúde também atrasaram; GDF diz pagar até fim do mês.
O governo do Distrito Federal atrasou o depósito do 13º salário dos servidores públicos que fazem aniversário em agosto. É o segundo mês consecutivo em que o pagamento não é feito na data prevista. O dinheiro deveria cair junto com o salário no quinto dia útil do mês, mas ainda não foi fornecido. Segundo o GDF, o benefício soma R$ 93 milhões referentes a 12 mil servidores.
Outros 403 funcionários públicos não receberam o acerto de aposentadoria, que totaliza R$ 5,3 milhões e também deveria ser depositado com o salário. Outro benefício em atraso são as horas extras trabalhadas em maio a 6 mil servidores da Saúde, ao custo de R$ 15,7 milhões. O total de pagamentos em atraso soma R$ 114 milhões e afeta 18.611 trabalhadores.
O secretário de Gestão Administrativa e Desburocratização, Alexandre Lopes, afirma que as horas extras serão pagas até esta sexta-feira (11). O governo pretende quitar os outros benefícios até o fim de setembro. Segundo Lopes, o orçamento elaborado pelo governo Agnelo Queiroz para 2015 foi mal planejado e subestimou a folha de pagamento.
“Está havendo frustração de receitas. Além disso, foram colocadas despesas para esse ano muito superiores à capacidade de pagamento do GDF. Então, a gente tem procurado reduzir as despesas e gerar novas receitas para fazer frente às obrigações que foram deixadas”, afirma.
Reajustes
A quitação da folha de pagamento do governo deve ficar mais difícil a partir deste mês, quando 32 categorias recebem reajuste salarial. Os aumentos escalonados foram concedidos durante o governo de Agnelo e têm impacto mensal de R$ 150 milhões.
“A gente tem buscado evitar que haja atraso no vencimento básico dos servidores. Os aumentos significam um desafio a mais para a gente”, diz Lopes.
Entre janeiro e julho, o GDF diz ter arrecadado pouco mais de R$ 8 bilhões, 5,5% a mais que os R$ 7,58 milhões recolhidos no mesmo período de 2014. A Secretaria de Fazenda diz que o orçamento aprovado para 2015 dependia de um crescimento econômico maior, de 14%.
O quadro é mais grave se a inflação for incluída no cálculo. “Quando você atualiza monetariamente a arrecadação do ano passado, a gente observa que na verdade houve uma queda de 2,7%”, diz o subsecretário de Receita do Distrito Federal, Hormino de Almeida Júnior.