Empresas terceirizadas enfrentam problemas na hora de receber verbas do governo local.
Ao longo das últimas duas semanas, vários funcionários de empresas que prestam serviços ao Governo do Distrito Federal (GDF) cruzaram os braços alegando atrasos no pagamento de salários ou em benefícios trabalhistas, como vale transporte e auxílio alimentação. O problema ocorreu primeiro com o fornecimento de alimentos para cerca de 1.700 funcionários da rede pública de saúde. A Sanoli Alimentos manteve apenas as refeições de pacientes e acompanhantes, alegando que o GDF não tinha repassado o dinheiro referente às folhas de agosto, setembro e ao reajuste salarial de janeiro, somando um valor de R$ 26 milhões.
Em nota, a Secretaria de Saúde (SES-DF) informou que fez um repasse financeiro parcial à Sanoli e dispõe de uma decisão judicial, emitida no último dia 8, que obriga a empresa a manter os serviços prestados tanto aos pacientes quanto aos servidores da rede pública de saúde. Desta forma, a Secretaria assegura que, os pacientes e funcionários não serão afetados. De acordo com a Sanoli, o GDF ainda está devendo R$ 14 milhões para a empresa, que informou que cumprirá com seu trabalho enquanto houver dinheiro em caixa para pagar fornecedores e funcionários.
Já os hospitais de Brazlândia, Guará, Ceilândia, Taguatinga e Samambaia ficaram prejudicados com a paralisação dos funcionários da Ipanema, empresa responsável pelo serviço de limpeza de sete dos 16 hospitais da rede pública. Os trabalhadores cruzaram os braços desde a última segunda-feira (20) para cobrar o pagamento do tíquete-alimentação, que deveria ter sido depositado no dia 15. Entretanto, a greve durou pouco e ontem (21) os funcionários retomaram suas atividades.
Segundo a Ipanema, a empresa já entrou em consenso com o GDF e pagou todos os trabalhadores que estava devendo. De acordo com a SES-DF, foi creditado para a empresa Ipanema R$ 1.8 milhão, referente ao que é devido pela pasta. A secretaria permanece em negociação, com a Secretaria de Fazenda, para quitar o débito restante pelos serviços prestados.
Desde a última segunda, os funcionários terceirizados das empresas FCB e Coopercam, que prestam serviço para a Novacap, paralisaram os serviços por falta de pagamento. Segundo a Novacap, o GDF está devendo o pagamento de quatro meses de serviços para a Coopercam e de um mês para a FCB. As duas empresas atuam no apoio aos serviços de desobstrução de bocas de lobo, podas de árvores e recolhimentos de folhas secas, resíduos sólidos e outros objetos da rede de drenagem pluvial, além da locação de veículos, máquinas e equipamentos, corte de grama, podas de árvores, manutenção e irrigação de canteiros.
O que se espera é que os trabalhadores das duas empresas voltem ao trabalho hoje. A Novacap informou que, após reunião entre os representantes das empresas e da Novacap, os trabalhadores concordaram em retomar suas atividades contratuais em reconhecimento aos esforços, em andamento, para a solução dos problemas relativos aos atrasos nos pagamentos. De acordo com o órgão, o GDF e a Novacap enfrentam problemas relacionados com a readequação orçamentária.
