Tempo de contrato vai variar de 5 a 35 anos. Parceria deve trazer reforma e manutenção para o espaço.
O governo do Distrito Federal lançou nesta quarta-feira (7) edital para convocar empresas privadas interessadas em gerir o Autódromo Nelson Piquet, em troca de realizar parte da reforma e a manutenção do local. O tempo de contrato varia de 5 a 35 anos, conforme as propostas apresentadas.
“Hoje, nós divulgamos a manifestação de interesse privado para a concessão do autódromo. A Terracap irá analisar as propostas, selecionar a que melhor atende os interesses da população de Brasília. Essa proposta vai subsidiar um edital de licitação e esse edital será lançado no próximo ano”, disse o presidente da Terracap, Júlio Cesar Reis.
Para atrair investidores, o Executivo vai gastar R$ 30 milhões com a reforma da pista e com alguns equipamentos de segurança. A medida vai tornar o espaço viável para receber eventos esportivos, culturais e artísticos, por exemplo, afirma o GDF. A nova gestora vai arcar com demais custos. Estão previstas a construção de restaurantes, revitalização de arquibancadas e painel eletrônico.
“Ficará a cargo do parceiro privados, a construção dos boxes e demais elementos que virão a integrar o autódromo. A manutenção também, além de atrair eventos esportivos, culturais, gastronômicos para o espaço”, explica o diretor.
As organizações interessadas devem apresentar ao governo projetos de gestão, com levantamento de dados e estudos do autódromo, até o final do mês. Depois de receber e analisar os estudos, o GDF vai lançar um novo edital com base no que foi apresentado pelos interessados e contratar a empresa responsável. A assinatura do contrato deve ser nos próximos meses.
As parcerias público-privadas (PPPs) foram anunciadas pelo GDF em 2015, como forma de reduzir a máquina e melhorar espaços e tarefas que o governo não consegue cumprir. As áreas que despertaram maior interesse do empresariado, segundo o GDF, foram a iluminação pública e a gestão de espaços na área central de Brasília, como o Parque da Cidade e o Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
A ideia do GDF é que as empresas invistam nessas áreas públicas e, em troca, possam ganhar dinheiro com publicidade e uso comercial dos espaços. O governo diz garantir que os parques e prédios que têm entrada gratuita serão mantidos assim, e as empresas serão proibidas de instituir cobrança de ingresso. Segundo a Terracap, há projetos em curso para privatização de outros espaços. Atualmente o autódromo é gerido pela Secretaria de Esporte, Turismo e Lazer.
“Já temos o complexo Arena Plex, que corresponde ao complexo de piscinas Cláudio Coutinho, ao Ginásio Nilson Nelson e ao estádio Mané Garrincha. Temos também a Granja do Torto, a concessão do espaço. A torre de TV digital, cujo edital deve ser lançado em janeiro de 2017”, diz.
A parceria com o setor privado é encarada pelo GDF como mais uma tentativa de reduzir gastos. Levantamento aponta que, entre 2011 e 2014, o Parque da Cidade arrecadou R$ 1,3 milhão ao ano, mas gastou quatro vezes mais – R$ 6,9 milhões a cada 12 meses.
O autódromo, por sua vez, gastou em 2015 cerca de R$ 822 mil em manutenção. O valor inclui despesas com segurança, contas de energia, água e telefone e limpeza. Durante todo o ano passado, o local foi usado por 38 dias, incluindo 11 cessões de treinamento e um evento automobilístico. A ideia do governo é que aumente a frequência de atividades para movimentar o local.
“Esse ano de 2016 foi o ano do lançamento das parcerias. Espero que 2017 seja a concretização dessas parcerias. Um governo não consegue sozinho dar conta de todos os desafios. Essas parcerias são importantes para o desenvolvimento da nossa cidade. Brasília é uma cidade vocacionada para receber eventos de todos os tipos. Esse mês lançamos o edital para a reforma das pistas do autódromo”, disse o governador Rodrigo Rollemberg.