O ex-ministro da Secretaria de Governo general Carlos Alberto dos Santos Cruz afirmou não saber os motivos que levaram à demissão dele. “Trocar ministros, trocar técnicos de governo é algo absolutamente normal. A questão é a forma como aconteceu”, disse a jornalistas no 140° Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo. “Meu caso é mais um, é banal”, afirmou.
“O Heleno (general Augusto Heleno, ministro do gabinete de segurança institucional) falou que ele (Bolsonaro) tinha pensado em me oferecer outra função. Mas eu não quero. Eu não fui trabalhar por dinheiro e nem pelo título. Eu só fui pra minha função porque eu queria ajudar”.
Além da saída do ministério, o general falou da relação das Forças Armadas com o governo: “As Forças Armadas devem ficar à parte da política partidária”. Segundo ele, não há apoio institucional das Forças Armadas a políticos. “O que existe são preferências individuais, mas não como instituição”.
Santos Cruz fez um comentário sobre Olavo de Carvalho e os filhos de Bolsonaro: “Não vou discutir sobre essas pessoas públicas, se não eu teria que baixar muito o nível.” Ele falou também sobre o uso das redes sociais nas crises do governo: “Cria tumulto para a governabilidade e para a sociedade”.
O ex-ministro explicou os motivos pelo qual apoiou Bolsonaro: “Foi pela proposta e pelo momento. O Brasil vinha traumatizado com tanto escândalo de corrupção. O que eu vi de dinheiro desperdiçado… A sensação que eu tive é que o Brasil foi assaltado pelo arrastão de Copacabana. Bolsonaro veio com a proposta de estancar isso”, disse.
Segurança Pública
“Foi um erro e um fato lastimável”, disse sobre o caso em que duas pessoas foram assassinadas no Rio de Janeiro por mais de 80 tiros por militares. “Não deveria ter acontecido, é fácil fazer essa análise. O difícil é fazer essa análise na hora”, afirmou.
“O problema da segurança pública é um acúmulo de irresponsabilidades governamentais histórica”, disse. Segundo ele, é uma questão de governo e a instância policial é a última. “A Segurança Pública tem que ser muito melhor aparelhada, não basta apenas colocar as soluções nas mãos da polícia”.
O general afirmou que milícia é “crime organizado como qualquer um”. Ele alegou que as milícias precisam ser combatidas como se combate qualquer crime e que “miliciano é bandido como qualquer outro”.