Brasília — O governo estuda utilizar recursos do seguro-desemprego para bancar a expansão de seu novo programa de qualificação profissional. De acordo com o secretário especial de Produtividade, Competitividade e Emprego, Carlos Da Costa, a ideia é que, ao garantir a empregabilidade dos desempregados, são economizados recursos que poderão ser utilizados para financiar os treinamentos.
“O programa pode ser autofinanciável. Vamos criar um mecanismo de financiamento sem onerar ainda mais o governo”, disse.
Também está em estudo permitir que empresas contratadas lancem títulos em mercado para financiar os cursos, com lastro nos pagamentos que receberão do governo após a conclusão e comprovação de que os treinados foram empregados.
Esse modelo é utilizado em outros países, como Reino Unido, Estados Unidos, Israel e Bélgica. “Em outros países, empresas de treinamento lançam papéis que diluem o risco do negócio. Essa é a nossa ideia de longo prazo no Brasil, para quando o programa tiver um impacto maior”, afirmou o secretário.
O chamado Contrato de Impacto Social, que será lançado nesta sexta-feira, 25, é um dos pilares do programa Emprega +, que terá ainda um sistema de vouchers para acesso a treinamento com recursos do Sistema S. A ideia, no segundo caso, é ligar a oferta à demanda pelos cursos.
As empresas cadastrarão junto às entidades do Sistema – como Sesi e Senai – os cursos que têm necessidade para seus profissionais. O sistema então liberará um voucher para a empresa acessar o curso, ou seja, só serão ofertados cursos com base na demanda para esse treinamento.
Essa etapa deverá ser anunciada no início de novembro, junto com outras medidas para o emprego. Nesta quarta-feira, 23, o secretário especial da Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, disse que o governo anunciará medidas para o emprego, principalmente entre jovens.