No mesmo dia dos cortes de energia, o governo também aumentou impostos. O brasileiro vai pagar mais para fazer empréstimo, para importar produtos, e até a gasolina deve ficar mais cara. Com isso, o governo pretende ao longo deste ano engordar o caixa em mais de R$ 20 bilhões. Sobre quanto vai ser o repasse para o consumidor ao aumento da gasolina? O ministro da Fazenda não respondeu. Disse que não tem envolvimento com a política de preços da Petrobrás.
Nas bombas o combustível vai ficar mais caro. A Petrobras confirmou na segunda-feira (19) à noite que vai repassar o aumento de impostos para o preço. Mas primeiro o reajuste será nas refinarias, onde a gasolina será taxada em R$ 0,22 por litro e o diesel, em R$ 0,11 por litro.
Quanto virá para o consumidor? O ministro da Fazenda disse que não compete a ele dizer. “Eu não tenho envolvimento com a política de preços da Petrobras”, afirmou Joaquim Levy.
Foram alteradas as alíquotas do PIS/Cofins e da Cide sobre combustíveis. A Cide foi criada em 2001 para financiar obras de infraestrutura, mas estava zerada desde 2012 justamente para evitar impacto para a população. Essa medida vai render a maior parte da arrecadação extra: mais de R$ 12 bilhões.
Outro imposto dobrou: o IOF, sobre operações financeiras, que é pago pelas pessoas que pegam empréstimos em bancos, passa de 1,5% para 3% ao ano.
A partir de junho, a alíquota do PIS/Confins cobrada de quem compra produto importado também será elevada: de 9,25% para 11,75%.
No total, somando tudo, o governo espera ter a mais no caixa, ao longo deste ano, R$ 20,360 bilhões. Desde dezembro o governo vem sendo anunciadas medidas de ajuste na economia.
“Eu diria que o principal efeito do conjunto das medidas, é difícil falar de uma medida individualmente, mas no conjunto das medidas, o efeito é aumentar a confiança, a disposição das pessoas de investirem no Brasil, tomarem riscos, o empresário começar a pensar novas coisas”, afirma o ministro Joaquim Levy.
O economista Newton Marques diz que não há surpresas na atitude do governo e que podem vir outras medidas que afetem o bolso do consumidor. “Sempre é ruim aumentar impostos para ajustar a questão fiscal, mas ao governo não resta outra coisa. Enquanto a atividade econômica não voltar a crescer. Ele vai ter que cortar gastos e aumentar os tributos”, ressalta.
A nova Cide entra em vigor em 90 dias. Até lá, o governo diz que vai aplicar PIS/Cofins maior sobre combustíveis, para compensar esse período.